Sindicato contra fecho e despedimentos na CGD

Em causa está a saída de mais de dois mil trabalhadores e fecho de 180 balcões.

O Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) está contra o encerramento e despedimentos na Caixa Geral de Depósitos e diz que estas medidas estão a avançar sem ter em conta o interesse das populações e dos trabalhadores.

Para o SBSI este tipo de atuação não tem em conta o serviço público que uma instituição como a Caixa Geral de Depósitos está obrigada.

Em causa estão mais de 2 mil postos de trabalho e o fecho de 180 balcões nos próximos 4 anos. "De norte a sul do país são várias as localidades que ficam assim sem uma única representação bancária, contribuindo para o isolamento das populações do interior do país", lembra o sindicato.

Recorde-se que o encerramento dos 180 balcões representa cerca de 25% do universo da CGD. Aos mais 2 mil postos de trabalho que vão agora ser suprimidos, juntam-se os números de 2016: 2077 trabalhadores dos cinco principais bancos a operar em Portugal, o dobro do ano anterior, e foram igualmente encerradas 200 agências.

Para o SBSI, "o diagnóstico está feito, e é diverso, mas a doença é crónica, sendo que se aplica sempre a mesma receita de empobrecimento, de desemprego, de reestruturação (entenda-se diminuição) do sistema financeiro".

O Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas vai pedir uma reunião urgente com a nova equipa da Caixa Geral de Depósitos para discussão desta situação no sentido de ela ser minimizada, pois como noutras transformações ocorridas os bancários fazem parte da solução para um melhor serviço público da banca em Portugal.

Recorde-se que, a Caixa vai receber uma injeção de capital no valor de 3,9 mil milhões de euros, ou seja, abaixo dos 4,1 mil milhões de euros inicialmente previstos, já que cumpre as regras europeias e esse valor  não deverá ser visto como uma ajuda do Estado. Este montante é o resultado do aumento de capital de 2,5 mil milhões, a que se junta o primeiro passo que foi dado no início do ano, com a conversão dos CoCos e a integração da Parcaixa, no valor de 1,4 mil milhões.

A estes 3,9 mil milhões de euros há ainda a acrescentar a participação dos privados com a emissão de obrigações perpétuas. O banco público vai emitir mais 930 milhões de euros de instrumentos de capital core Tier 1 destinados a investidores não relacionados com o Estado português. Também este montante é mais baixo do que os mil  milhões inicialmente estimados.