Há deputados sócios de empresas que conseguiram ajustes diretos

Alguns deles terão omitido, nos registos de interesses, participações que detêm noutras sociedades.

Haverá, pelo menos, oito casos de deputados sócios de empresas que beneficiaram de ajustes diretos com entidades públicas. A revelação foi feita pelo Jornal Económico.

De acordo com o mesmo, embora o estatuto dos deputados preveja que eles podem trabalhar também como administradores, consultores ou advogados, por exemplo, não podem deter mais de 10% do capital social dessas empresas. Ora, segundo esta publicação, há oito deputados que têm, metade do PSD e metade do PS.

É o caso dos socialistas são José Rui Cruz, Ricardo Bexiga, Luís Moreira Testa e Renato Sampaio e dos social-democratas são Luís Montenegro (líder parlamentar), Fernando Virgílio Macedo, Paulo Rios de Oliveira e Guilherme Silva.

O jornal diz ainda que as participações que cada um tem em determinadas empresas e adianta que alguns deles terão omitido, nos registos de interesses, participações que detêm noutras sociedades.

Em reação, o presidente da Subcomissão de Ética, o deputado do PSD Luís Marques Guedes, disse que a subcomissão, "como lhe compete, já solicitou aos deputados visados os esclarecimentos necessários para aferir das dúvidas que estão a ser colocadas".

O estatuto dos deputados prevê que estes possam ser notificados pela Subcomissão de Ética para porem termo a esse conflito no prazo de 30 dias e poderão mesmo ser alvo de sanções, que podem passar pela "advertência e suspensão do mandato enquanto durar o vício, e por período nunca inferior a 50 dias, bem como a obrigatoriedade de reposição da quantia correspondente à totalidade da remuneração que o titular tenha auferido pelo exercício de funções públicas, desde o início da situação de impedimento".