Banca emagrece estruturas

Só no ano passado saíram dois mil trabalhadores e foram fechadas mais de 200 agências em Portugal 

A política de redução de estrutura tanto ao nível de trabalhadores como de balcões vai-se manter nos principais bancos a operarem no mercado nacional nos próximos anos. As maiores instituições financeiras já garantiram essa estratégia que irá ganhar maiores contornos junto da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que prevê dispensar mais de 2200 trabalhadores e fechar 180 balcões até 2020.

Só esta reestruturação da Caixa fica acima das saídas de trabalhadores que ocorreram no ano passado no setor. Em 2016 assistiu-se à redução de dois mil trabalhadores nos cinco principais bancos, ou seja, quase o dobro dos cortes de postos de trabalho feitos em 2015, quando saíram 1.133 funcionários no conjunto de CGD, BCP, Novo Banco, BPI e Santander Totta.

Foi no Novo Banco que se verificou o maior número de saídas, já que até setembro do ano passado a instituição financeira tinha reduzido o número de funcionários em 1.062.

Estes trabalhadores saíram da instituição através de reformas antecipadas, rescisões por mútuo acordo e despedimento coletivo (que envolveu quase 40 pessoas).

O BPI surge no segundo lugar da tabela em termos de maior redução de pessoal, depois de ter levado a cabo 392 rescisões com trabalhadores na operação em Portugal. A Caixa Geral de Depósitos surge na terceira posição com 297 saídas, seguido do Santander Totta com menos 200 pessoas e o BCP com 126 saídas de trabalhadores.

Balcões encerrados

Quanto a agências, em 2016 foram fechadas mais de 200 dos cinco principais bancos. O BCP fechou 53 balcões, o BPI e o Novo Banco 52 cada um (neste último as contas foram feitas face ao estimado pelo banco) e a CGD fechou 47 agências em 2016. Já o Santander Totta fundiu cerca de 80 unidades da rede comercial.

Mas a verdade é que essa tendência de emagrecimento de custos tem sido uma prática constante nos últimos anos. De acordo com os últimos dados do Banco Central Europeu (BCE), o número de trabalhadores bancários em Portugal reduziu-se em 1.392 só entre 2014 e 2015 – um período que ficou também marcado pelo fecho de mais de 300 agências.

Mas recuando até 2011, é possível perceber que o corte de postos de trabalho supera em muito os 7 mil. Só no ano de 2012, a estrutura de recursos humanos nesta área perdeu mais de 2.500 trabalhadores.

No entanto, Portugal não é um caso único. A redução tanto no número de colaboradores como de agências tem acontecido por toda a Europa e tem vindo a aumentar em todos os países.