Alemanha. Schulz coroado na esquerda

Schulz melhorou em cerca de dez pontos as sondagens do partido

“O SPD regressou! Estamos de volta!”, disparou ontem um triunfante Martin Schulz ao congresso do partido social-democrata alemão, depois de eleito secretário-geral e cabeça-de-lista para as eleições legislativas alemãs de setembro com nada menos do que 100% dos votos, recompensa pela explosiva ascensão nas sondagens que o partido de centro-esquerda obteve depois do seu regresso à política nacional, concentrando-se em temas como a justiça social e a redução do fosso de rendimentos.

“Queremos que o SPD seja a mais poderosa força política depois das eleições federais para que tenha um mandato para tornar este país melhor e mais justo, e para dar aos habitantes deste país o respeito que merecem. Eu quero, caros camaradas, ser o próximo chanceler.”

Schulz relançou as eleições ao anunciar em novembro que seria candidato à liderança do SPD e ao posto de rival de Angela Merkel, ao completar o segundo mandato como presidente do Parlamento Europeu – o alemão chegou a pensar num terceiro mandato, mas não conseguiu apoio suficiente, o que o levou de novo para a política nacional, de onde saiu na década de 1990.

Desde que entrou na corrida, o SPD subiu cerca de dez pontos percentuais nas sondagens nacionais, batalhando agora pelo primeiro lugar com os democratas cristãos (CDU) da chanceler Merkel que, até à chegada de Schulz, era encarada como a absoluta favorita ao quarto mandato. As últimas sondagens conduzidas pelo Emnid mostram que a CDU tem a vantagem mínima de um ponto para as eleições de setembro: 33% contra 32% do SPD, que pode avançar para uma aliança inédita com o Die Linke, da esquerda radical, e os ecologistas Os Verdes.