Pouca chuva e frio. Último inverno foi mais seco que o normal

Desde 1931, estes níveis baixos de precipitação ocorreram em “30% dos anos”, explica o IPMA

O inverno que passou foi mais seco em Portugal continental do que o normal, revela o boletim climatológico divulgado ontem pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O documento diz que a quantidade média de chuva que caiu entre dezembro de 2016 e fevereiro deste ano (242,5 milímetros) “foi inferior ao valor médio, correspondendo a 69% do valor normal”. No entanto, o IPMA explica que estas quantidades mais baixas de precipitação “ocorreram em 30% dos anos” desde 1931.

Estes níveis de chuva fizeram com que, no final de fevereiro, 57% do território continental estivesse em seca fraca. Em dezembro de 2016 e janeiro deste ano, as percentagens eram de 78% e 95%, respetivamente.

Já as temperaturas aproximaram-se do que é considerado normal para esta altura do ano: o valor médio foi de 9,91 oC, mais 0,30 oC que o nível expectável. Desde 1931, as temperaturas estiveram acima da média registada no inverno de 2016-2017 em 20% dos anos.

O IPMA recorda que entre os dias 14 e 26 de janeiro houve uma onda de frio que levou alguns locais a registarem temperaturas muito abaixo do normal: no Sabugal, por exemplo, os termómetros baixaram até aos 9,9 oC negativos a 19 de janeiro, dia em que houve também queda de neve em São Brás de Alportel e na serra do Caldeirão.

Primavera com neve A primavera já chegou, mas o bom tempo continua escondido: a chuva e o frio vão marcar os primeiros dias desta estação.

Segundo o IPMA, está prevista para hoje a queda de neve acima dos 1600 metros. O início da semana fica marcado também por uma descida das temperaturas máximas e mínimas, bem como por precipitação fraca.

O IPMA prevê que as temperaturas comecem a subir a partir do final da semana, mantendo-se, no entanto, em valores baixos durante os próximos dias.

Alerta para níveis elevados de pólen Outras das preocupações a ter no início desta estação são as alergias: o Boletim Polínico da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), divulgado ontem, alerta para o facto de os pólenes estarem a níveis muito elevados nos próximos dias em todas as regiões de Portugal continental.

Os pólenes das árvores pinheiro, plátano, cipreste e carvalho e das ervas urtiga e parietária são aqueles que predominam.

A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica informa também que, no Funchal (Madeira), os pólenes encontram-se em níveis baixos, enquanto que em Ponta Delgada (Açores) sobem para níveis moderados.