Presidente da Uber demite-se chocado com a empresa

Jeff Jones tinha entrado há seis meses na empresa

Jeff Jones, o número dois da Uber, bateu com a porta, alegando incompatibilidade. “As convições e a forma de liderança que têm guiado a minha carreira são inconsistentes com o que vi e vivi na Uber”, justifica o especialista em marketing que foi contratado há seis meses para melhorar a imagem da empresa. Jones lembrou ainda que entrou na empresa “pela sua missão e pelo desafio de construir capacidades globais que ajudariam a companhia a amadurecer e ter sucesso a longo prazo”, uma missão, que no entender do mesmo, foi impossível.

O que é certo é que a possibilidade da saída do presidente ganhou força no início do mês, quando o atual presidente executivo da Uber, Travis Kalanick, anunciou que ia procurar um Chief Operating Officer (COO) para o ajudar na liderança.

Também as várias polémicas que têm vindo a afetar o funcionamento da empresa ao longo das últimas semanas terá tido um elevado peso na decisão (ver caixas ao lado).

A verdade é que estas poderão não ter sido as únicas razões. Os resultados da empresa também poderão ter contribuído para esta decisão. As estimativas apontam para que as receitas da Uber em 2016 cresçam de 2 mil milhões para 5,5 mil milhões de dólares este ano. Mas apesar da subida, a empresa está longe de ser lucrativa, uma vez que as estimativas também apontam para que os prejuízos cresçam para 3 mil milhões de dólares.

Apesar de ainda não serem conhecidos os resultado de 2016, já foram oficializados os do primeiro semestre. A empresa norte-americana teve prejuízos de 520 milhões de dólares (460 milhões de euros) antes de juros, impostos, depreciação e amortizações e, no segundo, ascenderam a 750 milhões de dólares (664 milhões de euros). S.P.P.