Europa foi palco de nove ataques terroristas nos últimos doze anos

Incidente em Londres está a ser tratado como um ataque terrorista. Até ao momento, o abalroamento com um carro na Ponte de Westminster não foi reivindicado por nenhum movimento. Relatos dão conta de um único suspeito, que terá sido abatido pela polícia

Nos últimos doze anos, a Europa foi palco de nove ataques terroristas.

A 11 de março, o atentado no metro de Madrid matou 191 pessoas e feriu mais de 2.000. Foi o primeiro atentado reivindicado pela Al Qaeda na Europa, ainda com o mundo em choque depois dos atentados de 11 de setembro em Nova Iorque. Os planos de emergência foram reforçados, a vigilância também. 

Não seria suficiente. No ano seguinte, a 7 de julho, um ataque bombista no metro de Londres faz 56 vítimas mortais. O atentado seria também reivindicado pela Al Qaeda. As explosões nas estações de Aldgate, no bairro financiero, em Edgware Road e num túnel entre King's Cross e Russell Square deixaram dezenas de feridos e provocaram o caos na capital inglesa.

Anos depois, seria outra face do ódio a deixar a Europa de luto. No verão de 2011, Anders Berivik mata a tiro 68 jovens que participavam num acampamento do Partido Trabalhista em Utoya. Uma bomba deixada em Oslo no mesmo dia vitima oito pessoas. Descrito como um lobo solitário, o fundamentalista de extrema-direita foi condenado a 21 anos de prisão em 2012. Breivik está a cumprir pena em isolamento depois dos recursos da sua defesa terem sido recusados.

A 5 de janeiro de 2015, a Europa tornou a acordar em choque e crescem os receios em torno do fundamentalismo islâmico e do crescimento autoproclamado Estado Islâmico. Dois homens armados atacaram a redação do jornal satírico "Charlie Hebdo", deixando um rasto de 12 mortos e 12 feridos, numa aparente retaliação por publicações humorísticas com o profeta Maomé. Nos dias seguintes, a caça ao homem envolveu um forte aparato policial e agressões. No dia 9 de janeiro, um dos suspeitos, fortemente armado, matou quatro pessoas num supermercado kosher na zona leste de Paris. O sequestrador foi abatido. A vaga de ataques foi reivindicada pelo Estado Islâmico e pela Al Qaeda.

Em novembro de 2015, França sofreria o maior ataque terrorista da sua história. Três explosões e seis ataques separados com armas de fogo em restaurantes e na sala de espectáculos Bataclan, onde decorria um concerto da banda Eagles of Death Metal, deixaram um rasto de 137 mortos. Os ataques foram reivindicados pelo Estado Islâmico.

Há precisamente um ano, a 22 de março, um terceiro ataque reivindicado pelo Estado Islâmico junto ao aeroporto de Bruxelas e na estação de metro de Maalbeek fez 35 vítimas mortais.

Em junho do ano passado, Jo Cox, deputada do Partido Trabalhista de 41 anos, foi baleada e esfaqueada mortalmente durante uma ação de campanha contra o brexit perto de Leeds. O autor do ataque Thomas Mair foi considerado um fundamentalista de extrema-direita e a justiça considerou que o homicídio foi um crime de ódio, um ato de terrorismo premeditado e motivado pela ideologia.

Um mês depois, o Estado Islâmico tornaria a atacar França, quando o país festejava o 14 de Julho. Um camião invadiu a marginal de Nice e arrastou centenas de pessoas que aproveitavam o feriado de celebração na rua, causando a morte a 87.   

Em dezembro, Berlim sofreria o mesmo tipo de ataque, também reivindicado pelo Estado Islâmico. Um camião irrompeu por um mercado de Natal, matando 12 pessoas e ferindo mais de 50.

O ataque desta tarde em Londres não foi reivindicado. Os relatos na imprensa dão conta de um único suspeito, que já terá sido abatido. Lobo solitário ou ação concertada e quais as suas motivações são elementos que, até ao momento, não foram divulgados pela polícia.