Verdades e boatos do ataque em Londres: o deputado corajoso e o suspeito que afinal está preso

Doze anos passaram-se desde os atentados da Al-Qaeda contra transportes públicos britânicos. 

Londres escapou até esta quarta-feira à mais recente onda de grandes ataques terroristas em solo europeu. Desde 2005, aliás, data dos quatro atentados à bomba por homens suicidas no metro e num autocarro, ainda pela mão da Al-Qaeda, a sombra terrorista sobre a europa que antecedeu o autoproclamado Estado Islâmico. Um homem ao volante de um carro e com duas facas alterou-o pouco depois do almoço. Abaixo está o que sabemos até ao início desta noite.

O rumo dos acontecimentos

São 14h40. O carro conduzido pelo atacante sobe o passeio na Westminster Bridge, que liga as duas margens do Tamisa até ao edifício do Parlamento britânico. Atropela pelo menos uma dúzia de pessoas, matando duas e ferindo estudantes franceses e polícias que regressavam de uma cerimónia. Uma mulher foi atirada ou saltou para o rio.

O atacante lança o carro contra o gradeamento do jardim de Westminster. Sai da viatura e dirige-se para os jardins, onde aborda dois polícias, lançando-se sobre um e esfaqueando repetidamente. Ao tentar entrar no edifício, dois agentes à paisana lançam alertas e, vendo-os ignorados, disparam pelo menos três vezes contra o homem.

Deputados britânicos são informados do incidente e encerram-se na Câmara dos Comuns, interrompendo a sessão de perguntas à primeira-ministra. Theresa May é levada prontamente pela sua equipa de segurança para uma localização segura, aproveitando uma escapatória nas traseiras do edifício.

Primeiros meios de socorro chegam aos jardins de Westminster e à ponte. O polícia esfaqueado morre no local, vítima de hemorragia, apesar dos esforços do deputado conservador Tobias Wllwood, que tenta reanimá-lo com respiração boca-a-boca. O atacante, a pouca distância, morre mais tarde, no hospital.  

Dados relevantes

Quatro pessoas morreram, incluindo o atacante.

Vinte pessoas ficaram feridas, algumas com gravidade – como, por exemplo, a mulher resgatada do Tamisa durante a tarde.

Está em curso uma investigação antiterrorismo, mas não se conhece a identidade do atacante ou reivindicações de qualquer grupo terrorista internacional. A imprensa britânica sugeriu que o clérigo radical islamista Abu Izzadeen era o principal suspeito do ataque, mas essa informação não corresponde à verdade e foi rejeitada durante a tarde, uma vez que aquele se encontra preso.

Deputados, jornalistas e funcionários de Westminster ficaram cinco horas trancados no edifício, enquanto a polícia investigava a possibilidade de haver um segundo atacante – que não se materializou.

Theresa May preside esta tarde a uma reunião da Cobra, o organismo de resposta a crises e emergências nacionais.

Dezenas de responsáveis europeus e líderes internacionais manifestaram os seus pêsames pelas vítimas do atentado desta quarta-feira.

O Parlamento de Westminster reunirá na quinta-feira como o normal.