Vinda do Papa: Ministério da Saúde rejeita ajuda de hospitais privados

Tutela defende que rede pública tem meios suficientes para dar respostas rápidas a 12 e 13 de maio

O Ministério da Saúde recusou a ajuda de hospitais privados para apoiar a visita do Papa Francisco a Fátima, garantindo que a rede pública consegue assegurar as ocorrências que possam surgir.

A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) enviou uma certa ao secretário de Estado da Saúde, oferecendo a sua participação na rede hospitalar de apoio aquando da vinda de Francisco a Fátima, a 12 e 13 de maio. “Além de existirem unidades privadas de grande proximidade (Leiria, Marinha Grande e Torres Vedras), e da sua disponibilidade para colaborar, estas dispõem também de serviços médicos de qualidade reconhecida”, refere a carta enviada pela APHP, citada pela agência Lusa.

Em resposta, o Ministério da Saúde agradeceu à APHP a “disponibilidade”, mas, em declarações à Lusa, defendeu que “o dispositivo previsto para apoio às Comemorações do Centenário das Aparições de Fátima é bastante e suficiente”. No entanto, a tutela refere que “na eventualidade da ocorrência de situação de exceção (de cariz catastrófica, envolvendo múltiplas vítimas) serão acionados todos os meios disponíveis”.

Número de participantes cai Em maio, são esperadas pelo menos um milhão de pessoas em Fátima, mas a verdade é que há cada vez menos pessoas a participar nas cerimónias religiosas que ali se realizam. Dados revelados pelo Santuário mostram que, em 2016, 5.238.598 pessoas participaram nas 9890 celebrações oficiais e particulares (missa, procissão das velas ou recitação do terço) realizadas. No ano anterior, foram registados 6.676.302 fiéis em 9948 celebrações.

Estes números estão longe dos que foram registados na década passada: em 2007, aquando do 90º aniversário das aparições de Fátima, foram registados cerca de nove milhões de participantes, por exemplo.

A diretora de comunicação do Santuário de Fátima, Carmo Rodeira, disse à agência Lusa, que esta descida no número de fiéis que participam em celebrações em Fátima “está em sintonia com aquilo que é a sensibilidade do mundo católico, de que, de facto, particularmente os portugueses, são cada vez menos sensíveis para uma participação em celebrações religiosas”.

Quanto a 2017, Carmo Rodeia espera um ano “de graça ao nível da participação das pessoas”: “É um ano de grande expectativa, porque é o ano desde logo do centenário das aparições (…) e, simultaneamente, o ano da vinda do papa, que é a figura de referência do mundo católico”.