PCP critica solução para Novo Banco e reafima que o caminho deveria ter sido o da nacionalização

O PCP criticou hoje a solução encontrada pelo governo para o Novo Banco e que passou pelo acordo de venda ao fundo norte-americano Lone Star e reafirmou que o caminho deveria ter passado pela “nacionalização do banco”.

“A solução apresentada é uma má solução. E o PCP não se revê nas normas de uma solução menos má”, disse o deputado Miguel Tiago numa primeira reacção dos comunistas ao anuncio feito esta tarde pelo primeiro-ministro, António Costa, do acordo de venda pelo Fundo de Resolução do Novo Banco à Lone Star.

Para os comunistas, “num primeiro momento, quando se optou pela solução do fundo de resolução, deveria ter-se ido para a nacionalização do Banco Espírito Santo e do Grupo Espírito Santo”.

“O essencial desta operação é a alocação de recurso de todos para fazer face às aventuras de banqueiros. Mais uma vez foi necessário o Estado utilizar o dinheiro dos portugueses para limpar o balanço de um banco”, acentuou.

Perante as declarações de António Costa de que a solução encontrada não terá “novos encargos para os contribuintes”, Miguel Tiago não podia ter sido mais claro: “É uma história que já ouvimos. Pedro Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque também tinham dito que os portugueses não assumiriam os custos imputados ao Fundo de Resolução e, para já, prevê-se que daqui a 30 ou 40 anos os bancos paguem o empréstimo do Estado ao Fundo”.

“Esta é uma má solução e o PCP não se comprometerá com nenhum aspeto desta solução. Não nos colocamos no espartilho do colete-de-forças da União Europeia e das regras que colocam esta opção como a única ou a menos má”, reafirmou, concluindo: “devia ter sido feita a nacionalização de todo o grupo. Não devia ter havido processo de venda, mas sim o controlo público”.