Montepio. Idoneidade de João Neves arrasada pelo Banco de Portugal

Órgão de supervisão denuncia uma série de irregularidades enquanto era subdiretor de um departamento do BES durante 1997 e 1998.

João Neves, membro do conselho de administração da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) desde o final de 2015, está em vias de ver a sua idoneidade reavaliada por parte do Banco de Portugal (BdP). É um dos nomes apontados por terem sido responsáveis pela operação chumbada no negócio das minas. O certo é que o nome de João Neves foi duas vezes chumbado pelo órgão regulador e um dos pareceres a que o Em causa está um conjunto de irregularidades cometidas por João Neves entre 1997 e 1998, quando desempenhava o cargo de subdiretor do departamento financeiro, mercados e estudos do BES, envolvendo um cliente do segmento private da instituição financeira, em que desempenhava funções de “gestor privado de fortunas”.

De acordo com o documento do Banco de Portugal houve “utilização indevida de fundos, nomeadamente através da movimentação de fundos de um cliente para diversas contas no BES e noutros bancos concorrentes, tendo alguns desses fundos chegado a ser transferidos para as contas pessoais de João Neves e sua esposa”, revela o documento a que o Arresto de contasEste comportamento, segundo o mesmo, representa uma violação do código de conduta que foi feita “de forma reiterada e continuada”, envolvendo a imagem do BES para credibilizar “uma atividade que exercia com autonomia e por conta própria”. Em 2014, os saldos das contas de João Neves acabaram por ser alvo de arresto, assim como os da mulher e da mãe.

E face a estes factos, o órgão regulador chegou à conclusão de que o administrador apresentava uma conduta que “não se compatibiliza com os critérios de diligência e de cuidado exigidos a gestores da área bancária”, apurou o i, dizendo ainda que, tendo em conta a gravidade dos acontecimentos, João Neves “não reúne as condições que garantam uma gestão sã e prudente da instituição como vogal do conselho de administração, parecendo-nos, pelo contrário, existirem indícios sérios de falta de idoneidade para o exercício das funções”, conclui. Perante estas acusações, o documento diz também que João Neves não nega e acrescenta que os argumentos que usa em sua defesa “revelam ingenuidade e falta de noção da gravidade dos factos que estavam em causa e das respetivas consequências”. O João Neves, membro do conselho de administração da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) desde o final de 2015, está em vias de ver a sua idoneidade reavaliada por parte do Banco de Portugal (BdP). É um dos nomes apontados por terem sido responsáveis pela operação chumbada no negócio das minas. O certo é que o nome de João Neves foi duas vezes chumbado pelo órgão regulador e um dos pareceres a que o i teve acesso, datado de 2013, diz que o nome é recusado com “fundamento em indícios de falta de idoneidade para o exercício do cargo”.

Em causa está um conjunto de irregularidades cometidas por João Neves entre 1997 e 1998, quando desempenhava o cargo de subdiretor do departamento financeiro, mercados e estudos do BES, envolvendo um cliente do segmento private da instituição financeira, em que desempenhava funções de “gestor privado de fortunas”. De acordo com o documento do Banco de Portugal houve “utilização indevida de fundos, nomeadamente através da movimentação de fundos de um cliente para diversas contas no BES e noutros bancos concorrentes, tendo alguns desses fundos chegado a ser transferidos para as contas pessoais de João Neves e sua esposa”, revela o documento a que o i teve acesso.

Arresto de contas

As acusações vão mais longe. O atual administrador da Caixa Económica Montepio Geral é acusado ainda de emitir diversas cartas destinadas a justificar perante o cliente o destino dos fundos que lhe tinha sido confiados, “emitidas em papel timbrado com o logótipo do banco, indicando as condições particulares de aplicações financeiras, com garantias de taxas de juro e reembolso integral do capital, totalmente desfasadas das práticas normais do BES e sem correspondência a qualquer produto constante do catálogo daquele banco”, acrescentando ainda que “para revestir de maior credibilidade as cartas, colocava um carimbo do ‘conselho’ sob duas assinaturas desconhecidas, cujos números de procuração não correspondiam a nenhuma das autorizadas pelo banco”, revela o documento do BdP.

Este comportamento, segundo o mesmo, representa uma violação do código de conduta que foi feita “de forma reiterada e continuada”, envolvendo a imagem do BES para credibilizar “uma atividade que exercia com autonomia e por conta própria”.

Em 2014, os saldos das contas de João Neves acabaram por ser alvo de arresto, assim como os da mulher e da mãe. E face a estes factos, o órgão regulador chegou à conclusão de que o administrador apresentava uma conduta que “não se compatibiliza com os critérios de diligência e de cuidado exigidos a gestores da área bancária”, apurou o i, dizendo ainda que, tendo em conta a gravidade dos acontecimentos, João Neves “não reúne as condições que garantam uma gestão sã e prudente da instituição como vogal do conselho de administração, parecendo-nos, pelo contrário, existirem indícios sérios de falta de idoneidade para o exercício das funções”, conclui.

Perante estas acusações, o documento diz também que João Neves não nega e acrescenta que os argumentos que usa em sua defesa “revelam ingenuidade e falta de noção da gravidade dos factos que estavam em causa e das respetivas consequências”.

O i tentou contactar João Neves, mas até ao fecho da edição não foi possível.