Há 1739 pessoas à espera de vaga nos cuidados continuados

No ano passado abriram 641 novas vagas. Para este ano, a aposta é no reforço da saúde mental

O envio dos doentes para unidades de cuidados continuados é o principal recurso quando existe necessidade de acompanhamento por médicos e enfermeiros em período de recuperação, convalescença ou doenças prolongadas. Segundo o último balanço da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), há neste momento 1739 pessoas a aguardar vaga, a maioria para as chamadas Unidades de Longa Duração e Manutenção (824). Seguem-se os utentes à espera de serem integrados em Unidades de Média Duração e Reabilitação (516). Os dados são atualizados diariamente pela ACSS e, à data de ontem, havia ainda 208 pessoas a aguardar vaga em Unidades de Convalescença e 57 à espera de vaga em Unidades de Cuidados Paliativos. Há ainda 134 pessoas à espera de marcação de equipas domiciliárias.

Segundo os dados disponibilizados ao i pela ACSS, no ano passado, a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados foi reforçada em 640 lugares. O governo comprometeu-se a recuperar do “abrandamento” da última legislatura no aumento deste tipo de respostas, estimando um investimento de um milhão e meio de euros entre 2016 e 2018. O objetivo da tutela é aproximar-se das 14 mil camas até ao final da legislatura, estando em janeiro deste ano disponíveis 8360 lugares. Há ainda equipas domiciliárias com capacidade para acompanhar 6247 pessoas.

Se, no ano passado, a novidade foi a abertura da primeira unidade de cuidados continuados e paliativos pediátricos, com dez vagas, este ano, a aposta da tutela é na abertura de unidades destinadas a lidar com casos de doença mental grave, um dos motivos para a permanência de doentes em hospitais, tanto de adultos como de jovens.

Está prevista, até ao final do ano, a abertura de oito unidades com um total de 404 lugares, indicou ao i a Administração Central do Sistema de Saúde. As unidades terão diferentes tipologias, incluindo residências autónomas e de treino de autonomia ou estruturas de apoio máximo. A criação deste tipo de estruturas estava prevista desde 2008, mas só agora sairá do papel. Desde março estão em marcha os planos para abrir 366 vagas. A primeira unidade vai ser inaugurada esta semana no Restelo, indicou ao i o Ministério da Saúde, assinalando o Dia Mundial da Saúde, que este ano é dedicado à depressão.