Um mês de incêndios e explosões por todo o país

Bombeiros não tiveram mãos a medir nas últimas semanas

Os bombeiros não têm tido mãos a medir no último mês: desde 13 de abril que Portugal assistiu a vários incêndios em armazéns, fábricas e infraestruturas. Ao todo, seis pessoas morreram. Na mais recente ocorrência, um incêndio numa empresa de lavagem de cisternas na Maia, cinco pessoas ficaram feridas.

A 17 de março, um grande incêndio numa fábrica de papel em Santa Maria da Feira foi combatido por 140 operacionais de várias corporações de bombeiros, apoiados por 45 veículos. Alguns funcionários conseguiram retirar computadores e outros aparelhos do interior do interior da fábrica. Não foram registados feridos, mas a população da freguesia de S. Paio de Oleiros, onde se localiza a fábrica da empresa J. Nunes e Filhos Lda, disse na altura nunca ter visto um incêndio daquelas dimensões.

Menos de uma semana depois, a 21 de março, um incêndio nos armazéns de enxofre da empresa Sapec voltou a deixar a população de Setúbal em alerta Isto porque semanas antes, a 14 de fevereiro, um incêndio noutras instalações do grupo provocou níveis de poluição que levaram as autoridades a recomendarem às populações das freguesias do Sado a manterem-se em casa durante algum tempo. Por precaução, os estabelecimentos de ensino também foram encerrados. O cheiro a enxofre foi sentido em Lisboa e noutras partes do país, próximas do distrito de Setúbal.

O segundo incêndio não provocou alterações na qualidade do ar. Para além de assustarem a população setubalense, as chamas fizeram um ferido, que foi transportado para o hospital de São Bernardo com queimaduras em 30% do corpo.

Uma semana depois, a 29 de março, os bombeiros não tiveram tempo a perder: para além de ter sido registado um incêndio num armazém de materiais de construção civil, na freguesia de Santa Bárbara de Nexe, em Faro, as autoridades tiveram de lidar ainda com um incêndio num autocarro em Rio Tinto, no concelho de Gondomar. Não foram registados feridos em nenhuma das situações.

A tragédia de Lamego Abril chegou com mais ocorrências, uma delas muito grave: a 4 de abril várias explosões numa fábrica de pirotecnia fez a população de Avões, no concelho de Lamego, temer o pior. Depois de terem sido combatidas as chamas e de se ter procedido à realização de buscas durante vários dias, foi confirmada a morte de seis pessoas – o proprietário da fábrica Egas Sequeira, a sua filha, um dos genros, uma sobrinha e ainda dois funcionários. Tinham entre 22 e 52 anos.

De acordo com vários meios de comunicação, as autoridades encontraram vestígios biológicos no local da explosão. Estes estão a ser analisados, por forma a perceber se pertencem a outras duas pessoas que foram dadas como desaparecidas. Ainda não se sabe quais as causas das explosões, mas a Polícia Judiciária foi chamada ao local para fazer averiguações. Segundo a TVI, já tinham ocorrido outras duas explosões nos últimos cinco anos na mesma fábrica.

No mesmo dia, foi noticiada outra ocorrência que deixou várias pessoas assustadas: eram 04h00 quando um incêndio deflagrou no hospital São Francisco Xavier, em Lisboa. Na origem do fogo esteve uma máquina de diálise localizada no primeiro andar, num pequeno armazém da unidade de cuidados intensivos. Os bombeiros conseguiram controlar rapidamente as chamas. Catorze doentes foram assistidos e quatro retirados dos cuidados intensivos do hospital e transferidos internamente para outra ala.

Susto junto ao aeroporto Hoje, os noticiários televisivos abriram com mais uma ocorrência: m incêndio numa empresa de lavagens de cisternas, perto do Aeroporto Sá Carneiro, em Gaia, fez um ferido grave e quatro ligeiros, adiantou fonte do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS) do Porto.

O alerta foi dado às 11h50 e no local estiveram mais de 40 homens, auxiliados por 20 viaturas. Os feridos são todos civis, trabalhadores daquela unidade fabril.

Fonte oficial da ANA – Aeroportos de Portugal explicou à agência Lusa que, apesar da proximidade do incêndio do Aeroporto Sá Carneiro, as chamas “não afetaram um momento algum” a descolagem e aterragem de aeronaves.

Horas depois, um incêndio na Fábrica Têxtil António Barroso em Barcelos destruiu a zona de acabamentos da empresa e algumas máquinas. Não foram registados feridos e as causas do incêndio ainda estão por apurar.