Paulo Macedo. Caixa sem capital seria um “banco zombie”

Para o presidente da CGD, “a necessidade de capitalização não vem só das imparidades”.

A capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) seria inevitável, independentemente do banco ter reconhecido imparidades de três mil milhões de euros no ano passado. A garantia é do presidente da Caixa, Paulo Macedo, que esteve a ser ouvido na comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa para explicar os prejuízos do banco público no ano passado. “A necessidade de capitalização não vem só das imparidades”, garantiu. E lembrou que a Caixa sem capital poderia ser um “banco zombie, em que não tem capitalização para desenvolver a sua atividade, vai-se degradando e alienando ativos até desaparecer”.  

A instituição financeira anunciou perdas de 1.859 milhões de euros em 2016, em parte, penalizados pela constituição de imparidades de três mil milhões de euros para cobrir eventuais perdas futuras em crédito e outros ativos. Além disso, sublinhou Macedo, “a Caixa tem prejuízos nos últimos seis anos. A sua capitalização, a uma entidade que não gera lucros, acaba sempre por ter de ser feita”.

Mas para o presidente da instituição financeira, a necessidade de recapitalização também foi para dar resposta às novas exigências da regulação. “A recapitalização seria sempre necessária”, acrescentando que, “ao contrário de um banco privado, a Caixa não pode ir ao mercado reforçar capital”, lembrando que o acionista único é o Estado e, como tal,  há regras para as ajudas de Estado. A única hipótese é gerar capital de forma orgânica, mas com prejuízos é impossível.

Ainda assim afasta ter capital a mais. "A Caixa não tem capital a mais. Tem diversos fatores de risco que têm impacto neste banco, como nos outros”, acrescentou.