Autárquicas. “É uma estratégia de alto risco”, avisa Santana

Ex-líder do PSD diz que não gosta de ser “cínico” e considera estratégia do PSD arriscada

Autárquicas. “É uma estratégia de alto risco”, avisa Santana

A estratégia de Passos Coelho para as eleições autárquicas do dia 1 de outubro continua a gerar receios dentro do PSD. Santana Lopes avisa que o caminho traçado pelo líder do partido é de “alto risco” e que as coisas podem complicar-se se os sociais-democratas sofrerem uma derrota pesada.

“Se ele ganhar temos líder para 25 anos. Se não ganhar, se correr muito mal, será complicado para ele”, disse, no seu comentário semanal na SIC o ex-líder do PSD. Santana defendeu que “ninguém pode acusar Passos Coelho de não ir à luta”, mas não deixou de alertar que a estratégia definida para as autárquicas, em Lisboa e no Porto, é de alto risco. “Ele defendeu aquilo que considera ser uma questão de princípio. Se não há acordo no Porto [com o CDS] também não há em Lisboa. É uma estratégia de alto risco. Não gosto de ser hipócrita, nem cínico. A estratégia é difícil”.

Para Santana Lopes também não é claro que Passos continue à frente do PSD se a derrota for pesada. “Depende das circunstâncias. Não se sabe”.

Passos Coelho reafirmou, numa entrevista que deu à SIC, há uma semana, que um mau resultado não o levará a “abandonar o PSD”. Santana Lopes desvaloriza: “Alguém ouviu alguma vez um líder dizer que se o resultado não for bom se demite?”.

Passos tem sido alvo de críticas internas por causa das escolhas que fez para as autárquicas, mas no PSD estão todos à espera do resultado. As eleições são em outubro e o congresso do partido, se forem cumpridos os calendários normais, será nos primeiros meses de 2018. Rui Rio já admitiu candidatar-se nas próximas eleições internas. Passos Coelho responde aos críticos com a garantia de que o partido está unido para enfrentar as eleições. Na apresentação da candidatura de Álvaro Almeida à câmara do Porto, o líder do PSD garantiu que os sociais-democratas são “daquela raça” que nunca se deixam desmobilizar, mesmo quando pintam o retrato mais adverso à escala nacional. (…) Contem, nos momentos de maior adversidade, com a maior união, coesão e motivação”.