EUA ameaçam atacar a Coreia do Norte em caso de ensaio nuclear

Novo teste nuclear  pode originar um ataque preventivo ao regime de Kim Jong-un, avança a NBC News.

EUA ameaçam atacar a Coreia do Norte em caso de ensaio nuclear

O nível de tensão numa das mais tensas regiões do globo subiu mais uns preocupantes degraus e está a fazer soar alarmes. Segundo os testemunhos de membros dos serviços de inteligência norte-americanos à NBC News, os Estados Unidos estão preparados para lançar um ataque preventivo contra a Coreia do Norte, caso Pyongyang avance com os planos de um novo ensaio nuclear. Uma hipótese que preocupa, em primeiro lugar, norte-coreanos e chineses, mas que faz tremer japoneses, sul-coreanos e todos os vizinhos da região.

«Temos a sensação de que um conflito pode rebentar a qualquer momento», confessa, preocupado, Wang Yi, Ministro dos Negócios Estrangeiros da China – a principal aliada de Kim Jong-un – citado pela BBC. 

Em vésperas do 105º aniversário do nascimento de Kim Il-sung, avô do atual líder, pai do precedente homem forte da Coreia do Norte, fundador do regime e autor da ideia de Zuche, base teórica abastardada do ‘comunismo’ de Pyongyang, os norte-americanos ancoraram uma imponente esquadra naval nas águas coreanas que, de acordo com as fontes consultadas pela NBC, têm capacidade para disparar mísseis Tomahawk contra a base militar de Punggye-ri, onde são realizados os ensaios nucleares do regime.

Para além dos navios de guerra – reforçados na quinta-feira por uma frota japonesa – os EUA contam ainda com bombardeiros pesados, em Guam, preparados para intervir, se necessário.

Com ataques recentes na Síria e no Afeganistão, Donald Trump parece disposto a recuperar o estatuto de polícia do mundo e, ao que tudo indica, não precisa da China para colocar Kim Jong-un na ordem. Frases como «a Coreia do Norte anda à procura de problemas» ou «vamos resolver o problema sem a China», foram repetidamente partilhadas no Twitter pessoal do Presidente, antes e depois da visita de Xi Jinping à Florida e dão corpo a uma abordagem de confrontação.

Como é costume nos seus comunicados, divulgados através da  KCNA, o regime norte-coreano mostra-se «totalmente preparado» para lidar com a ameaça e acusa os EUA de estarem a fomentar uma situação que pode redundar numa «guerra nuclear».

Em declarações à AFP, o Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros, Han Song-ryol, lembra que a Coreia do Norte «tem um dissuasor nuclear poderosos nas suas mãos» e garante que «não ficará de braços cruzados em caso de ataque preventivo dos EUA».