Figura da Semana: Excursão a Torremolinos, juventude irrequieta com muita sede

Fazem tudo o que os covardes fazem em manada: portam-se mal. Mas daí a serem uma vergonha para o país vai toda a distância que separa a juventude da maturidade. Se não fizerem disparates aos 18 vão fazer com que idade?

Muito se escreveu sobre a excursão dos jovens portugueses a Torremolinos e os estragos que causaram, quer no hotel como na imagem do país. Parece-me tudo um disparate pegado, atendendo a que estamos a  falar de jovens que aproveitaram as férias da Páscoa para demonstrar a sua fúria de viver. É óbvio que alguns extravasaram a sua sede e que, como tal, deveriam ter respondido perante a Justiça. Quem estraga um hotel, uma loja, uma estação de serviço, o que seja, deve, obviamente, pagar pelo que faz. É um clássico reprovável, seja de portugueses, ingleses, chineses ou alemães, mas alguns miúdos, quando estão em bando, aproveitam para fazer estragos.

Quem conhece a vida de hotéis, sabe perfeitamente que há um tipo de clientes que adora

 fazer estragos. Quantas equipas desportivas não arrasaram hotéis por esse mundo fora? Perguntem às associações hoteleiras e, em off, pode ser que digam algo que se aproxime da realidade.

Voltando a Torremolinos, o que é preocupante é alguns jovens perderem as estribeiras e colocarem a sua vida, e algumas vezes as dos outros, em perigo. Seja por excesso de álcool ou de droga. Nenhuma diversão justifica jogar com a vida e há registos recentes de mortes e de lesões graves para o resto da vida de jovens em férias da Páscoa ou de Ano Novo.

Repare-se que os destinos eleitos pelos jovens ‘pascais’ têm mudado ao longo dos anos, atendendo a que vão ‘queimando’ diversas localidades, pelo excesso de energia. Certo é que há sempre quem queira receber milhares de jovens que levam entre 50 e 100 euros para gastar – o bolo total não é nada desprezível…

Como disse, em qualquer parte do mundo, a juventude inquieta aproveita estar em manada para fazer das suas. Não tenho qualquer apreço por tais atitudes, em grupo,  mas percebo que os infratores devem pagar pelas suas atitudes._Dizer que isso põe em causa a imagem do país; que são uns bêbedos incorrigíveis, parece-me uma alarvidade de velhos  que não têm espelhos em casa e que acham que se deve seguir a máxima de Frei Tomás: «Faz o que ele diz, não faças o que ele faz». E foi isso que vi e ouvi na televisão portuguesa esta semana.

P. S. Não consigo culpar os pais pelas atitudes alarves de alguns filhos, mas desculpar a atitude dos meninos rebeldes alegando falta de condições do hotel parece-me mais bárbaro do que atirar televisões para a banheira…