Uma claque do FC Porto diz que tem pena que a equipa do Benfica não fosse a do Chapecoense, dizimada num desastre aéreo. Uma claque do Benfica imita o som de um very light, que matou um adepto do Sporting numa final da Taça de Portugal. Um dirigente do Porto – que substituiu o todo poderoso Antero Henrique – ameaça um árbitro após o empate da sua equipa em Braga, dizendo-lhe: «A tua carreira vai ser curta».
Perante isto, os comentadores dizem os habituais lugares-comuns: é inaceitável, é condenável, não se admite, a Federação ou o Governo têm de tomar medidas, etc.
Ora, dizer isto ou nada é o mesmo.
Tem de acontecer uma coisa diferente: os próprios clubes têm de identificar os seus adeptos que participaram nessas manifestações inqualificáveis e expulsá-los do clube.
Para os clubes, é muito fazer a identificação desses elementos.
E é mais penalizador para os indivíduos em causa serem expulsos pelo próprio clube do qual são fanaticamente adeptos e que pretendiam defender.
Se houver da parte dos clubes coragem para fazer isto, o vandalismo das claques vai acabar.
Quanto aos dirigentes que ameaçam árbitros, a questão é mais fácil de resolver. Basta haver mão pesada para punir os seus desmandos: por exemplo, não permitir que voltem a sentar-se no banco. Tão simples quanto isto.