Nuno Amado: não faz sentido que acionistas de outros bancos suportem custos do Novo Banco

O negócio de venda do Novo Banco à Lone Star prevê a alienação de 75% do banco ao fundo norte-americano, ficando o Fundo de Resolução com 25%.

Para o presidente do BCP não faz sentido que acionistas de outros bancos suportem custos do Novo Banco, sem que entidades ligadas ao BES o façam. Esta é a resposta de Nuno Amado quando questionado sobre a actual negociação com obrigacionistas do banco.

"Não tenho informação sobre o processo do Novo Banco, mas não faz sentido os accionistas dos outros bancos suportarem custos sem que as entidades que estavam à volta do BES tenham também algum suporte", revelou, acrescentando ainda que "cada instituição é uma instituição" e que "não há um sistema financeiro, há diversos bancos com diversas realidades".

Nuno Amado lembrou ainda que a realidade do Novo Banco "é muito particular, muito especial, que não se pode expandir para o resto do sector", dizendo ainda que nos últimos meses a situação teve uma evolução positiva, dando como exemplos a recapitalização do próprio BCP, a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e a evolução do BPI.

Recorde-se que, o negócio de venda do Novo Banco à Lone Star prevê a alienação de 75% do banco ao fundo norte-americano, ficando o Fundo de Resolução com 25%. No entanto, a concretização da operação está a sujeita a três condições, correndo ainda o risco de liquidação. A autorização do Banco Central Europeu, da Autoridade da Concorrência e a troca de obrigações com vista a melhorar o capital do Novo Banco em 500 milhões de euros são as três exigências.