Paris. Atacante já tinha ameaçado matar polícias

Autoridades revelam ter sido encontrada mensagem de apoio ao Estado Islâmico junto ao corpo de Karim Cheurfi

Passadas quase 24 horas dos disparos nos Campos Elísios, que resultaram na morte do agente Xavier Jugelé, de 37 anos, e no ferimento de dois colegas seus, o procurador de Paris, subiu a um palanque na capital de França, para partilhar algumas das conclusões das equipas de investigação.

De acordo com François Molins, o atacante – que foi imediatamente abatido após o crime – chamava-se Karim Cheurfi, um francês de 39 anos, residente nos subúrbios de Paris e perfeitamente conhecido pelas autoridades, uma vez que foi três vezes condenado e chegou a cumprir penas de prisão por diversos crimes: tentativa de homicídio, violência e desobediência à autoridade, e furtos diversos. Para o ataque utilizou uma metralhadora kalashnikov e  ainda tinha duas armas brancas e uma caçadeira no carro. 

Molins revelou ainda que foi encontrado, junto ao corpo do atacante, uma manuscrito cujo conteúdo sugeria que era apoiante do grupo terrorista Estado Islâmico, o mesmo que, poucas horas depois do atentado, reivindicara, através da Amaq – a agência de propagando daquela organização jihadista –, o ataque. 

Segundo o Le Monde, Cheurfi começou a ser vigiado pela polícia em dezembro do ano passado, mas no âmbito das acusações anteriores, e não devido a qualquer suspeita de ligações a terroristas ou a grupos extremistas islâmicos. 

O jornal francês informa, ainda assim, que as autoridades chegaram a ser prevenidas sobre a intenção de Cheurfi de matar polícias, tornada pública junto de alguns conhecidos, e motivada por um sentimento de vingança pela morte de muçulmanos na Síria.