Oposição quer tomar Caracas

O duelo entre Oposição e Governo nas ruas da Venezuela continua com manifestações sucessivas e incidentes violentos entre opositores e Polícia, acompanhados de saques de loja e ataques ao comércio.

Oposição quer tomar Caracas

Os protestos intensificaram-se durante a noite de sexta-feira. Na capital da Venezuela registaram-se distúrbios nos bairros de El Valle Paraíso, La Urbina y Palo Verde e Santa Fe y Avenida de la Victoria, com recontros entre opositores e Polícia, e lojas e comércios saqueados.

Habitantes dos bairros publicaram nas redes sociais imagens em que se vê a Polícia a atacar manifestantes e até prédios residenciais com gazes lacrimogéneos.

A violência provocou a evacuação do Hospital Materno Infantil Hugo Chávez, no bairro de El Vale, com o Governo a acusar os opositores de tentarem assaltar um hospital com 54 crianças, e o deputado da oposição José Manuel Olivares a dizer que foram os gazes lacrimogéneos lançados pela Polícia que obrigaram à evacuação daquela unidade de saúde.

Na Avenida da Victoria, um grupo numeroso de manifestantes ergueu barricadas, tendo sido desalojado por grupos armados de apoiantes do Governo, que teriam usado armas de fogo para atacar os opositores barricados. «Dispararam sobre a minha casa e partiram os vidros todos, graças a Deus que ninguém ficou ferido», testemunhou ao jornal espanhol El Mundo, o estudante de ciência política, Luis González.

A violência não se circunscreve à capital venezuelana. No Estado de Táchira (oeste da Venezuela), uma jovem foi morta a tiro por um «militante da oposição», segundo relata a agência espanhola EFE. O alegado militante da oposição, segundo declara o governador do Estado de Táchira, «abriu fogo, da janela da sua casa, contra um grupo de motorizados [apoiantes do Governo] que circulavam nas ruas e atingiu uma jovem que andava na rua».

Na quarta-feira, morreram três pessoas em confrontos durante os protestos e manifestações da Oposição e de apoiantes do Governo em Caracas, Táchira e no estado de Miranda, no centro do país. Essas pessoas morreram vítimas de disparos, ainda que não tenham sido identificado os autores destes assassínios.

As mobilizações produziram-se quando duram há mais de três semanas os protesto da Oposição a exigir a demissão do Governo de Maduro. Nesses protestos morreram nove pessoas, dois deles das forças da ordem e mais de mil pessoas foram detidas.