Portugueses podem estar a tomar vitamina D em excesso. Autoridades vão investigar

Infarmed, DGS e Instituto Ricardo Jorge anunciaram investigação. Consumo de vitamina D disparou

Os diagnósticos de carência de vitamina D no país e os tratamentos feitos a nível nacional desta insuficiência vitamínica vão ser investigados.

A decisão do Infarmed, da Direção Geral da Saúde e do Instituto Ricardo Jorge surge depois de uma investigação da SIC ter revelado que máquinas de análises de diferentes marcas usadas no país dão resultados distintos quando se trata de avaliar os níveis de vitamina D, um exame feito para perceber se as pessoas precisam ou não de suplementos. Estas máquinas, da Liaison e da Siemens, foram usadas em dois estudos com as mesmas amostras de sangue, sendo que um apurou que 15,7% das mulheres portuguesas com mais de 65 anos tinham insuficiência de vitamina D, enquanto o outro apontou para 71% das mulheres com carências de vitamina D.

A despesa com este tipo de suplementos também tem aumentado. Em 2014, o SNS gastou um milhão de euros em comparticipações de vitamina D, despesa que subiu para mais de cinco milhões no ano passado.

Em comunicado, as três entidades adiantam que estes dados não permitem concluir que há um sobretratamento do défice de vitamina D mas consideram que a discrepância de valores nos resultados publicados em dois estudos diferentes justifica uma "avaliação profunda e esclarecedora nesta área".

A investigação vai averiguar as metodologias usadas na determinação dos níveis sanguíneos de vitamina D, a racionalidade clinica na prescrição de medicamentos com vitamina D e as práticas promocionais deste tipo de medicamentos por parte das empresas farmacêuticos.

O Infarmed alerta ainda que os medicamentos com vitamina D não são isentos de efeitos adversos e devem ser usados apenas com indicação clínica.