O que se sabe sobre os comportamentos autolesivos dos jovens portugueses

Os dados nacionais sobre comportamentos violentos entre jovens são recolhidos no inquérito Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), que se repete de quatro em quatro anos. Os últimos questionários foram feitos em 2014.

A pergunta sobre comportamentos autolesivos foi feita a 3869 jovens do 8.º e 10.º anos. A grande maioria dos adolescentes (79,7%) refere nunca se ter magoado a si próprio, mas 20,3% admitiram tê-lo feito pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores e 4,8% dos jovens responderam tê-lo feito quatro vezes ou mais.

75,8% dos jovens estavam sozinhos quando se magoaram de propósito

Metade dos jovens (51,7%) que confessou este tipo de comportamentos diz ter-se cortado; 27% falam de apertões e 8,8% de queimaduras.

8.º ano As raparigas tendem a confessar mais vezes este comportamento, sendo que as autolesões parecem ser ligeiramente mais recorrentes no 8.º ano  do que no 10.º ano.

Mais de metade dos jovens (62,5%) dizem ter-se magoado nos braços, seguindo-se as pernas (21,5%)

A maioria dos jovens confessou que se sentia triste (59%) e farto (52,3%) quando fez mal a si próprio. Mais de um terço dos jovens dizem-se desiludidos, zangados ou nervosos e 27,3% confessaram estar desesperados.

2010 No estudo anterior, de 2010, havia menos jovens a confessar este comportamento. Apenas 15,6% dos adolescentes confessava então ter-se magoado a si próprio nos últimos 12 meses. Já este ano, um estudo da Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra, que envolveu 2863 adolescentes do distrito (entre os 12 e 19 anos), apurou resultados idênticos ao do último inquérito nacional: 20% dos jovens já se tinha envolvido em comportamentos autolesivos. A equipa verificou maior incidência nas raparigas, em particular entre os 15 e os 16 anos.