PS vai viabilizar grupo da dívida pedido pelo PCP

No dia em que serão apresentadas as conclusões do grupo de trabalho que juntou BE e Governo para analisar a dívida pública, o PCP revelou que já tem luz verde do PS para constituir um grupo de trabalho sobre a mesma questão no Parlamento e com todos os partidos representados.

A proposta da criação de um grupo de trabalho para analisar as razões do endividamento público e encontrar soluções para o problema foi levada ontem pelo deputado Paulo Sá à Comissão de Orçamento e Finanças e será aprovada na próxima reunião daquela comissão.

A garantia do voto favorável do PS, obtida pelo PCP, garante que o grupo de trabalho parlamentar sobre a dívida vai mesmo avançar.

Para Paulo Sá, trata-se de dar um tratamento "institucional" a um problema que o PCP considera "muito sério" e deve por isso ser analisado no Parlamento e com todos os partidos.

Quanto ao relatório que o Governo e o BE hoje vão apresentar, Paulo Sá limita-se a comentar que foi "uma decisão de dois partidos", que não tem o enquadramento "institucional" que a proposta comunista prevê.

PCP acha que solução de BE e Governo para a dívida não chega

De resto, para os comunistas as soluções apontadas pelo relatório que hoje será apresentado são curtas.

Os especialistas do grupo de trabalho que juntou Governo e BE propõe aumentar para 60 anos o prazo de pagamento e diminuir para 1% o juro da dívida paga aos credores oficiais, excluindo o FMI. E o PCP acredita que isso por si só não chega, até porque depende do acordo das instituições europeias.

"Já sabemos que a aceitação desse tipo de negociação traz acopoladas condições", nota Paulo Sá, frisando que essas contrapartidas exigidas pelas instituições europeias costumam ser gravosas para os países e acompanhadas de doses de austeridade suplementares, como tem acontecido na Grécia.

Por isso mesmo, o PCP continua a defender "a renegociação da dívida em prazos, juros e montantes" e a necessidade de "enfrentar" os credores avançando com uma proposta de negociação nestes termos.