“Governo anterior poupou mais em renegociação da dívida”, diz Leitão Amaro

António Leitão Amaro classifica como “irrealistas” as medidas propostas pelo grupo de trabalho que juntou BE e Governo para estudar soluções para a dívida pública. E avisa que a renegociação de juros e prazos feita pelo anterior Governo obteve uma poupança “muito superior” ao que ao que pode ser alcançado pelas sugestões feitas pelos peritos.

António Leitão Amaro diz que o anterior Governo já seguiu uma política de renegociação de juros e prazos da dívida pública, que valeu uma poupança de 50 mil milhões de euros aos cofres do Estado.

Quanto ao que é proposto pelo relatório do grupo de trabalho para conseguir mais 45 anos para pagar a dívida aos credores oficiais europeus e baixar os juros dessa dívida para 1%, o deputado do PSD considera que se trata de propostas "irrealistas".

Leitão Amaro diz que uma negociação dessas teria sempre como contrapartida "um novo programa de ajustamento" com mais medidas de austeridade. "Penso que ninguém quer isso", comenta o social-democrata, que acha que se este relatório tem uma virtude é a de deixar cair a retórica da renegociação unilateral.

"O BE meteu a viola no saco", afirma Leitão Amaro, que vê também no documento "a confissão de que as políticas orçamentais de curto prazo deste Governo estão erradas".

Em relação à proposta de pagamento antecipado ao FMI, Leitão Amaro recorda que essa foi precisamente a política seguida pelo anterior Governo e que "não foi aplicada em 2016".

Quanto à ideia de usar as reservas do Banco de Portugal para a gestão da dívida, o social-democrata considera que se trataria de uma "medida extraordinária".