Geração Instável: “O problema mesmo é não ser tratado da forma devida”

Ataques de pânico, dificuldade em sair da cama, receio de falar com os pais e não serem compreendidos. Os millennials contam como lidam com a ansiedade e depressão numa altura em que, na internet, surgem novas formas de pedir ajuda, encontrar consolo e desconstruir tabus.

Nos Estados Unidos da América, os millennials são a geração com maior número de doentes com depressão. A Organização Mundial da Saúde alertava, em 2016, para o facto de o suicídio ser a segunda principal causa de morte de jovens entre os 15 e os 29 anos. As causas das doenças mentais são sempre indeterminadas, difíceis de enumerar. Cada indivíduo é diferente, mas muitos deles é na internet que lançam os pedidos de ajuda.O que levará a geração i a sofrer desta forma? A instabilidade pode ser uma das respostas.

"Tive os primeiros ataques de ansiedade há três anos sensivelmente. Inicialmente andei um bocado em ‘denial’ porque não conhecia a “doença”, nem entendi bem o que era. Entretanto, com a frequência, assustei-me bué e passei uns meses bem mal, todo paranóico. Deixei de fumar (tabaco e ervinhas) e de beber álcool e café, tudo de um dia para o outro. Entretanto fui ao médico de família, que não levou a coisa muito a sério, e passados 2/3 meses, como estava ainda na merda, decidi ir a um psicólogo que depois me acompanhou por um anito ou mais, no máximo uma vez por semana.

No fundo o assustador foi ser uma coisa tão avassaladora e influente na minha vida e não conseguir encontrar informação nem ninguém que partilhasse do mesmo stress. Com o tempo relativizas a questão e começas a perceber que toda a gente sofre disto, o problema mesmo é não ser tratado da forma devida. Ou não se fala, ou quando se fala dá-se-lhe demasiada importância. Acho que se fosse mais banalizado e todos percebessem que ‘ya, é assustador, mas que é super normal’ e se trata como tudo o resto, teria sido mais fácil."