Provas de aferição. Fenprof exige pagamento de trabalho extra

Esta é a primeira vez que serão avaliadas áreas como expressões artísticas ou físico-motoras

Para a Fenprof, a realização das provas de aferição representa uma sobrecarga para os docentes e, por isso, reclamam o pagamento de trabalho extraordinário. Os sindicatos da Federação Nacional dos Professores vão disponibilizar minutas para os professores requererem nas escolas o pagamento do trabalho realizado além da atividade já programada, anunciou a estrutura sindical em comunicado.

A federação refere-se a este processo – que começou ontem com as provas do 2º ano – como “uma encenação que causa perturbação nas escolas”, transformada “numa espécie de exames”. “A ideia que fica é que acabaram os exames do 4.º ano, mas foi criada uma espécie de exames para os alunos do 2.º ano”, lê-se no documento.

Os sindicatos criticam ainda a mobilização de “um exagero de recursos humanos”, tendo em conta o número de professores envolvidos, entre aplicadores, classificadores, interlocutores e supervisores.

Novas provas Os alunos do segundo ano de escolaridade foram os primeiros a serem avaliados, tendo começado esta terça-feira com uma prova de Expressões Artísticas e outra de Expressões Físico-Motoras. É a primeira vez que é aferido o desempenho dos alunos nestas áreas.

O objetivo do novo modelo de avaliação, em que deixaram de existir exames no 4.º e no 6.º ano, é “valorizar todas as áreas do currículo”, explicou o secretário de Estado da Educação, João Costa, em declarações à Lusa. “Se quisermos desenhar algumas estratégias, a nível central, para melhorar as aprendizagens nestas áreas temos de saber o que se passa”, adiantou ainda.

Estas são provas inéditas e obrigatórias que, apesar de não contarem para a nota, servirão para o Ministério da Educação ficar a conhecer melhor o sistema de ensino.

Regras

Até 9 de maio, as escolas têm liberdade para organizar as provas, em função dos espaços de que dispõem.

Segundo o secretário de Estado, também as lacunas de material detetadas em algumas escolas fazem parte do processo de aferição e irão constar nos relatórios finais, que serão feitos tanto por turma, como por escola.As provas serão aplicadas por pares – o professor titular que normalmente acompanha o aluno, coadjuvado por outro docente do 1.º ciclo ou da respetiva área.

Em junho, os alunos do 2.º ano vão também realizar provas de português e matemática, com uma componente de estudo do meio incluída. Os alunos do 5.º ano terão provas de História e Geografia de Portuga e de Matemática e Ciências Naturais. Já o 8.º ano terá provas de aferição de Português e Ciências Naturais e Físico-Química.