Depois de muitos apelos, a Maria encontrou um dador compatível para transplante

Pais da bebé de um ano anunciaram que a filha vai começar a preparação para o transplante de medula, mas querem continuar a sensibilizar para o registo de dadores

Depois de quase cinco meses de apelos nas redes sociais para que mais pessoas aderissem à Base Nacional de Dadores de Medula Óssea (CEDACE), e até uma carta a Marcelo, os pais da bebé de um ano que estava à espera de um transplante anunciaram que foi encontrado um dador compatível.

A notícia foi dada na página no Facebook “Salvar a Vida da Maria”, que ao longo de semanas levou várias organizações em todo o país a organizarem campanhas de registo de dadores. “Está encontrado o super-herói”, escrevem. Segue-se a preparação para o transplante no IPO de Lisboa, o próximo passo no tratamento de uma leucemia mielomonocítica juvenil, uma doença rara.

A família diz desde já que quer continuar a sensibilizar para o registo de dadores de medula. A mensagem, escrita como se fosse a Maria a falar aos seguidores da página, lembra que “ainda há muitos super-heróis à espera de serem encontrados, muitos meninos e crescidos que, como eu, precisam daquele dador especial”.

A identidade dos dadores em Portugal, como na maioria dos países, é confidencial.

Segundo a Associação Portuguesa Contra a Leucemia, a transplantação de medula óssea teve a sua estreia em Maio de 1987, no Centro de Lisboa do Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil (IPOLFG). 

O Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão (CEDACE) foi criado em 1995. Atualmente a base de dados é a segunda maior da Europa tendo em conta o número de habitantes e conta com mais de 300 mil potenciais dadores inscritos.

A leucemia afeta mil pessoas a cada ano. O transplante é um dos tratamentos e 75% dos doentes têm de recorrer a dadores fora da família. Tendo em conta não só a dádiva de medula mas a possibilidade de alguns transplantes serem feitos com sangue obtido de veias periféricas e do cordão umbilical, estima-se que 80% dos doentes tenham pelo menos um potencial dador compatível. “Esta percentagem subiu significativamente (em 1991 era 41 por cento) depois do esforço que foi feito mundialmente no recrutamento de dadores. Só que nem todos os doentes para os quais foi identificado um dador idêntico chegam à fase do transplante”, explica o site da Associação Portuguesa Contra a Leucemia.