Para Rui Moreira, ”um apoio de um partido não pode ser declarado como uma coligação” e o movimento “Porto o nosso partido” não “aceita fazer qualquer coligação formal” com os socialistas. “Não era essa a lógica”. Indicou que o movimento aceita o apoio de quem se quiser juntar, mas não pode ser na base de condicionar ou receber algo em troca.
“Contava e conto com Manuel Pizarro” para integrar a lista. “Vou convidá-lo porque o movimento quer escolher e contar com os melhores”, disse, salientando a “lealdade sempre manifestada” pelo dirigente socialista enquanto vereador do município.
Rejeitou a possibilidade de o movimento aceitar discutir lugares na lista. “Essa é a liberdade que o movimento independente deve ter. Não pode haver contabilidade”. Lembrou ainda que o número dois da lista será “sempre um candidato independente”.
Revelou ainda, sem avançar pormenores, que manteve esta quinta-feira de manhã uma conversa com o líder do PS e primeiro-ministro, António Costa, sobre a questão do apoio socialista ao movimento que lidera.
A reunião daquilo a que Rui Moreira se refere como a sua “comissão política” foi unânime na avaliação de que o único caminho para assegurar a independência da candidatura é descartar o apoio do PS. O núcleo duro do independente reuniu-se ontem à noite para avaliar as declarações de Ana Catarina Mendes ao Observador e concluiu que os sinais que estavam a vir da direção nacional socialista iam no sentido uma “apropriação inaceitável”.
“Estavam a ser postas em causa as próprias bases do movimento de independentes de apoio a Rui Moreira”, afirma ao i fonte próxima do candidato, que assegura que a decisão está tomada e não há volta atrás. Moreira vai mesmo dispensar o apoio do PS nas autárquicas.
O candidato tomou a decisão depoisd de uma reunião realizada ontem à noite com seus conselheiros mais próximos para avaliar o impacto das declarações da secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, que, em entrevista ao Observador, assumiu que conquistar a Câmara do Porto seria “uma vitória do PS”.
A frase foi vista pelos próximos de Rui Moreira como uma tentativa de apropriação do partido daquilo que é uma candidatura independente. “E isso é inaceitável”, frisa ao i um próximo de Moreira, que recorda que esta não foi a primeira vez que os independentes sentiram que a direção nacional do PS se estava a tentar apropriar da candidatura.