‘Se houvesse um referendo as touradas acabavam’

Nasceu no último ano da década de 80 e, ainda menina, fez parte do boom da ficção nacional. Filha, sobrinha e neta de jornalistas, Mafalda Luís de Castro dizia em criança que iria seguir essas pisadas – ou seria ginasta.

‘Se houvesse um referendo as touradas acabavam’

Não seguiu o caminho das acrobacias nem o do jornalismo. Um acaso escolheu-a e acabou por ser uma das personagens principais da novela Olhos de Água, um sucesso televisivo em 2001.

Dezasseis anos depois continua a trilhar, com cautela, os passos da representação. Há dois anos, adotou um estilo orientado para o bem do planeta – não come animais nem os seus derivados [é vegana, portanto] e tornou-se ativista da causa animal e ambiental.

Se houvesse um referendo, Mafalda diz não ter dúvidas de que já não haveria touradas. Uma conversa à sombra da Bela Vista sobre o lado mais desconhecido da atriz que dá voz a Hermione na saga Harry Potter.

Acha que as touradas vão acabar nos próximos anos?

Acho.

Está mesmo convicta disso? Por que razão?

Estou muito convicta. As arenas têm estado vazias, já só vendem bilhetes e enchem casas as corridas mais conhecidas ligadas a meios de comunicação, até dos que fazem serviço público e não deviam fazê-lo. Esse é um dos fatores. O outro é o facto de estar a ser feito um grande trabalho por parte das pessoas que estão à frente dos ativistas que lutam contra as touradas. Cada vez mais o povo está sensibilizado para isso. Matar e torturar animais em praça pública já não é um espetáculo. Se houvesse um referendo a tourada acabava. Só que ainda há um grande lobby.

Já teve alguma situação incómoda com a imprensa?

A coisa mais chata que me aconteceu foi terem-me apanhado numa fotografia sem a parte de cima do biquíni. Fiquei realmente triste.

Como é que se lida com isso?

Muito mal. Na altura fiquei mesmo magoada até por que sou tão despreocupada e descontraída que achava que não tinha ninguém [paparazzi] atrás de mim. Só que nessa vez estava na praia com os meus amigos do teatro e, depois vim a perceber, nesse sítio costumavam estar paparazzi e apanharam-me. Depois de feito não podia fazer nada contra isso, foi andar para a frente e tentar esquecer-me. Mas que não foi fácil, não foi.

Leia a entrevista na íntegra na edição impressa do SOL, já nas bancas