Ontem, ganhou o centro, a democracia, a França e a Europa.
Emmanuel Macron foi eleito o mais jovem presidente da história francesa num movimento/partido que não está nem demasiado à esquerda nem demasiado à direita. Está com as pessoas.
Pessoalmente, agrada-me e tranquiliza-me que tantos socialistas portugueses estejam a saudar a vitória de um político que se diz 'liberal' e que faz campanha com a bandeira da União Europeia nas mãos.
Alguém o imagina em grupos de trabalho com Mélenchon? Suspeito que não.
Se Emmanuel Macron fosse português, acredito, seria do Partido Social Democrata. Ele, se quisermos olhar um pouco para trás, seria o liberal de esquerda que Francisco Sá Carneiro foi no PPD.
As pessoas esquecem-se – e não deviam –, mas quando Passos Coelho foi eleito em 2011, o espírito jovem, reformista, europeu e moderno também estava lá. Também era este. Não fosse um resgate e uma bancarrota de responsabilidade alheia e esse projeto teria tido uma vida bem mais fácil, como também todos sabemos.
Mas, insisto, em Portugal, hoje, há um partido que pode sorrir genuinamente com a eleição do novo presidente francês: e é o PSD.
O PSD que não tem – e nunca teve – a verve anti-europeia de Mélenchon, que não tem o esquerdismo bacoco de Hámon, que não tem o excesso de conservadorismo de Fillon (ou os seus problemas judiciais).
Também recuso que o homem que Mariana Mortágua disse "não respeitar a democracia", Macron, fosse liderar este PS ou conceber uma 'geringonça' com a esquerda radical que o abomina.
E aí convém perguntar: porque vemos a extrema-esquerda, em Paris e em Lisboa, em ódio ao presidente eleito ontem?
Porque Macron, ao contrário destes, acredita numa sociedade aberta; acredita no papel que a França pode ter na União Europeia e naquilo que a Europa pode dar de volta à França.
Eu também acredito nisso para o nosso país.
Para que, aqui, volte a ganhar o centro, a democracia, a Europa e Portugal.
Vice-presidente do grupo parlamentar do PSD