Estudo conclui que trabalhar menos horas pode aumentar a produtividade

O horário de trabalho das 9h às 17h está desajustado ao ritmo de vida da maioria das pessoas e do fluxo de trabalho. A ideia é simples: estamos a trabalhar no século xxi com horários de trabalho do século xix. 

São vários os estudos a afirmar que esta rigidez na carga horária acaba por influenciar negativamente a produtividade dos trabalhadores, visto que cada pessoa terá o seu próprio ritmo e nem todos serão produtivos de manhã, por exemplo.

De acordo com um inquérito realizado pela Society of Human Resource Management (SHRM), os profissionais apontam a flexibilidade como sendo um aspeto “muito importante” para a satisfação com o trabalho. Já um outro estudo, realizado pela Pew, revela que a proporção de famílias em que ambos os pais trabalham aumentou quase 50% desde 1970, mas o mesmo não acontece com a estrutura do ambiente de trabalho. Aliás, cerca de um terço dos trabalhadores com filhos dizem ter dificuldade em equilibrar a vida profissional e a familiar.

A verdade é que esta tendência de “trabalho quando é necessário”, respeitando, no entanto, prazos e cumprindo as obrigações, é mais comum em determinados países em detrimento de outros onde está enraizada uma “mentalidade de horas”.

Mas as conclusões parecem não enganar. Vários estudos sugerem que trabalhar menos horas num determinado dia ou semana pode aumentar a produtividade, a saúde do trabalhador e ainda a taxa de retenção de profissionais nas empresas. 

Para já, está estipulado que as empresas são obrigadas a atribuir horário flexível a mães e pais. “O empregador deve proporcionar à trabalhadora condições de trabalho que favoreçam a conciliação da atividade profissional com a vida familiar e pessoal, e, na elaboração dos horários de trabalho, deve facilitar à trabalhadora essa mesma conciliação”, diz a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego.