Rescisões. BPI oferece indemnização de 2,5 salários por ano

Programa voluntário de rescisões tem candidaturas abertas até dia 2 de junho, mas quem aderir não terá direito a subsídio de desemprego

Os trabalhadores do BPI que queiram aderir ao programa voluntário de rescisões por mútuo acordo e de reformas antecipadas poderão candidatar-se até ao próximo dia 2 de junho. O banco liderado agora por Pablo Forero está a oferecer 2,5 salários por ano, no entanto, não há direito a subsídios de desemprego, alertam os Sindicatos da Febase.
Em cima da mesa está um processo de rescisões por mútuo acordo, para trabalhadores até 55 anos, e de passagem à reforma, para quem tem mais de 55 anos, com os quais o BPI pretende “reduzir o número de efetivos”. O objetivo será chegar a acordo com 400 funcionários.

Ainda assim, segundo a mesma, “as indemnizações compensatórias ultrapassam o previsto na lei, já que serão de 2,5 meses por ano de trabalho, embora o valor não possa exceder quatro salários”.

Apesar disso, os trabalhadores que aceitarem a rescisão não terão acesso a subsídio de desemprego, já que o banco não pediu para ser considerado uma empresa em reestruturação. A Febase diz ainda que quem rescindir poderá manter o serviço médico SAMS e ainda as atuais condições nos créditos concedidos até aqui.

A verdade é que os tais 400 trabalhadores que deverão sair estão bem longe do número que tinha sido avançado inicialmente pelo CaixaBank quando avançou com a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI e que apontava para a saída de 900 trabalhadores. Aliás, essa questão levou o presidente do banco catalão, Gonzalo Gortázar, a confirmar que iria existir a saída de trabalhadores, mas por rescisões amigáveis, sem recurso a despedimentos, seguindo a prática do BPI. O banqueiro observou que a saída de 900 trabalhadores, projetada no prospeto da OPA, era “meramente indicativa”.

Rentabilização em marcha

O CaixaBank revelou no início de abril que tem um plano de cem dias para implementar no BPI. A meta é simples: “melhorar os resultados operacionais, os serviços, para reduzir custos e acima de tudo, aumentar a receita”, revelou Gonzalo Gortázar.

Já em relação ao funcionamento da instituição financeira portuguesa, o CEO garantiu estar “bastante impressionado pela diligência, pela capacidade e espírito colaborador das equipas do BPI”, realçando que com esta operação o CaixaBank deixa “de ser o primeiro banco em Espanha para ser o primeiro banco na Península Ibérica com um volume de negócios de 564 mil milhões”.

 As prioridades para a segunda metade do Plano Estratégico 2015-2018 passam por “continuar a apostar na diversificação de receitas e potenciar o negócio dos seguros e da gestão de ativos. Um desafio que, no entender o mesmo, é possível de alcançar tendo em conta “a força comercial do banco que é uma vantagem competitiva, o que nos permite continuar a aumentar quota de mercado, mesmo num ambiente repleto de dificuldades. O que demonstra que o nosso modelo funciona”, salientou.