França. Valls não cabe (para já) na lista de candidatos de Macron às legislativas

République En Marche! também deixou espaço para os candidatos da direita que queiram apoiar o novo partido

Em pleno processo de transformação numa força política que possa atingir uma maioria nas eleições legislativas do próximo mês, em França, a plataforma La République en Marche! (LRM), de Emmanuel Macron, apresentou hoje os nomes de 428 candidatos, aprovados para a corrida à Assembleia Nacional.

O ex-primeiro-ministro socialista, Manuel Valls, e o antigo ministro da Agricultura conservador, Bruno Le Maire foram alguns dos políticos de renome que se mostraram disponíveis a aderir ao novo partido do presidente eleito e a candidatarem-se ao parlamento – Valls disse mesmo que o atual Partido Socialista francês “está morto” –, mas ficaram de fora das escolhas da direção, por “não cumprirem os requisitos”.

Ainda assim, a LRM abdicou de apresentar qualquer candidato à circunscrição do antigo líder do executivo do ultraimpopular François Hollande, pelo que fica em aberto a possibilidade de uma candidatura independente de Valls e, a confirmar-se, de um eventual apoio do próprio à tão desejada maioria presidencial. “Não se fecha a porta no nariz de um ex-primeiro-ministro da República”, lembrou Richard Ferrand, secretário-geral da LRM, em conferência de imprensa.

Macron tem até dia 19 de maio para fechar a lista de candidaturas à Assembleia Nacional, mas isso não significa que os restantes 148 círculos eleitorais venham a ter candidatos da LRM. O jornal espanhol “El País” sugere que o presidente eleito, consciente da posição promissora d’Os Republicanos na maioria das sondagens, está a ponderar dar espaço aos deputados eleitos pela direita moderada de se juntarem a si, no apoio a um primeiro-ministro e a um governo.

A LRM recebeu mais de 19 mil candidaturas e levou a cabo cerca de 1700 entrevistas telefónicas, antes de escolher os 428 nomes que irão competir por num lugar no parlamento francês. Mais de metade dos eleitos vem da sociedade civil e foi respeitada a igualdade de género: concorrerão 214 mulheres e 214 homens. Entre aqueles contam-se, por exemplo, um agricultor e um polícia, para além de funcionários públicos, professores ou advogados.

As eleições legislativas francesas estão marcadas para os dias 11 (primeira volta) e 18 (segunda volta) de junho.