O avião da Alitalia que transporta o Papa Francisco até Portugal aterra hoje pelas 14h20 na base aérea de Monte Real. Depois da cerimónia de boas vindas – onde estará o Presidente da República, o primeiro-ministro, o presidente da Assembleia da República e os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros – o Papa segue num helicóptero da Força Aérea para o estádio já batizado “Papa Francisco”, onde aterrará.
Antes de entrar no helicóptero da Força Aérea rumo a Fátima – sob forte escolta – o Papa Francisco reúne-se na base aérea de Monte Real com o Presidente da República. Está previsto também que Marcelo Rebelo de Sousa siga para Fátima num outro helicóptero da Força Aérea. A viagem de António Costa, segundo o programa oficial, será feita de automóvel. Mas é possível que o Presidente da República dê boleia ao primeiro-ministro – não seria inédito.
A Força Aérea mobilizou quase 1/4 dos seus efetivos para a operação Papa. O total de efetivos da Força Aérea é de cerca de 7000 pessoas e para a visita do chefe máximo da Igreja Católica estão mobilizadas perto de 1600. A operação, conforme afirmou ao i o porta-voz da Força Aérea, tenente-coronel Manuel Costa, não se destina exclusivamente a fazer a segurança do Papa, mas também da enorme quantidade de peregrinos que se deslocou a Fátima para assistir à visita da primeira figura da hierarquia católica e comemorar o centenário das aparições.
Ainda que o sistema de segurança seja partilhado com as outras forças, a Força Aérea é o ramo das Forças Armadas que tem o maior envolvimento nesta operação.
Para a segurança dos peregrinos e do Papa, foram criadas duas áreas de “exclusão aérea” na zona de Fátima – haverá restrição de voos e segurança reforçada.
A viagem do Papa, que vem a Portugal na condição de “peregrino” começa no aeroporto de Fiumicino, Roma, às 14 horas de hoje. Quando entrar em espaço aéreo português, o avião da companhia aérea italiana em que viaja o chefe da Igreja Católica será escoltado por dois aviões F-16 da Força Aérea.
Costa não perde uma missa O programa inicial não o previa, mas António Costa fez questão de ir esperar o Papa à base aérea de Monte Real. Inicialmente, só estava previsto que fosse o Presidente da República – homólogo de Francisco enquanto chefe de Estado – a participar na cerimónia solene de receção ao Papa. Mas tanto Costa como Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, vão estar presentes.
A diferença é que enquanto Ferro Rodrigues, não católico, limita-se a cumprir a função institucional e regressa de Monte Real a Lisboa, sem passar por Fátima (voltará à base para se despedir institucionalmente), António Costa fez questão de não perder um segundo da visita do Papa a Portugal e estará presente em todos os momentos da celebração do centenário das aparições, incluindo a canonização dos pastorinhos. No sábado de manhã, pelas 9h10m, o primeiro-ministro terá um encontro privado com o Papa Francisco em Fátima. Às 10, estará a assistir à missa a que o Papa vai presidir que inclui, no início, o rito de canonização de Francisco e Jacinta Marto.
Segundo a agência Ecclesia, a cerimónia vai decorrer assim: “A procissão de entrada inclui o andor com a imagem de Nossa Senhora e os dois relicários em forma de candeias com as relíquias de Francisco e Jacinta (…) Antes da ladainha dos santos, com referências a várias figuras portuguesas, o bispo de Leiria-Fátima pede formalmente ao Papa que os dois pastorinhos sejam inscritos no ‘catálogo dos santos’ e apresenta uma breve biografia de ambos”.
Segue-se a canonização propriamente dita: “Francisco profere, em seguida, a fórmula de canonização, em português: ‘Em honra da Santíssima Trindade, para exaltação da fé católica e incremento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e Nossa, depois de termos longamente refletido, implorado várias vezes o auxílio divino e ouvido o parecer de muitos Irmãos nossos no Episcopado, declaramos e definimos como Santos os Beatos Francisco Marto e Jacinta Marto e inscrevemo-los no Catálogo dos Santos, estabelecendo que, em toda a Igreja, sejam devotamente honrados entre os Santos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
O Papa fará quatro intervenções aos peregrinos. Na tarde de sábado partirá para Roma, a partir da base aérea de Monte Real, onde vai ocorrer a cerimónia de despedida.
