Ataque informático afetou 74 países

Piratas informáticos usaram ferramenta desenhada por espiões da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos.

O ataque informático que começou ontem de manhã está longe de ser exclusivo às empresas portuguesas.

Até à hora de fecho desta edição, eram 74 o total de países de todos os cantos do mundo onde tinha tinham sido detetados ataques informáticos, desde o Reino Unido, os Estados Unidos, China, Rússia, Espanha, Brasil, Itália, Taiwan, Turquia ou Ucrânia.

O número representa cerca de 40% do total de 193 países do mundo. E os hackers (piratas informáticos) também não foram exclusivos ao tipo de empresas que tinham como alvo. Desde empresas privadas de vários setores – como banca, telecomunicações, energia – a empresas públicas e a instituições do estado, é longa a lista de companhias que viram os seus sistemas e computadores bloqueados. Em troca, os hackers pediam um resgate no valor de 275 euros pagos em bitcoins para libertar cada computador (ver caixas ao lado).

De acordo com especialistas em cibersegurança, os piratas informáticos usaram uma ferramenta desenhada por espiões da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos, a Eternal Blue, que lança um vírus a bloquear todos os computadores, em especial os que utilizam o sistema operativo da Microsoft. Os écrans ficam azuis e de seguida surge uma mensagem a exigir um pagamento em bitcoins para liberar os documentos. É o chamado sistema Wannacry, que de forma sofisticada não deixa rasto dos seus autores.

Desta forma, foram atacadas a Telefonica, a Vodafone em Espanha e o sistema nacional de saúde britânico, o que forçou 16 hospitais e clínicas a transferirem os seus doentes.

À hora de fecho do SOL também não era certa a origem do ataque. Vários jornais internacionais apontavam o Brasil como sendo a origem dos ataques, outros apontavam ligações à China.

O ataque acontece dias depois de o grupo de hackers internacionais Anonymous ter divulgado um vídeo no Youtube a avisar para a chegada da III Guerra Mundial.

O narrador, que utiliza a famosa máscara de Guy Fawkes, o autor de um atentado bombista falhado contra o parlamento inglês a 5 de novembro de 1605, alerta para as movimentações militares na península coreana, onde poderá começar o conflito. Será «devastador a nível global, tanto a nível ambiental como económico», diz o grupo.