Madeira quer ser pérola do turismo

Empresários querem o setor a crescer como cresceu no decorrer do ano passado. No entanto, há quem alerte para vários riscos, nomeadamente para a construção de novos hotéis.

Madeira quer ser pérola do turismo

O Governo madeirense tem estado a desenhar várias estratégias para conquistar ainda mais turistas. Uma das decisões foi criar um concurso para lançar uma nova marca turística. «Acho que, no desenho ou na conceção desta nova marca, é fundamental que as pessoas, os locais se sintam representados, porque a essência do turismo, do meu ponto de vista, continua a ser as pessoas e a capacidade de relacionamento das pessoas e dos povos entre si», sublinhou o presidente do executivo,  Miguel Albuquerque, na sessão de abertura da XI Conferência Anual do Turismo, promovida no Funchal pela Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Economistas.

Com a atividade turística a ser um dos principais motores da economia local, a estratégia passa por reforçar o crescimento. De acordo com o governando, a Madeira viveu, no ano passado, um dos melhores anos de sempre e o objetivo é conseguir manter a linha que começou a ser desenhada. Um dos pilares do plano desenhado para conseguir um aumento da procura do destino Madeira é encontrar mecanismos para acabar com a sazonalidade.

Para que a Madeira possa ser cada vez mais atraente para os turistas, está planeada uma aposta na qualificação dos trabalhadores do setor, assim como um reforço de todos os conteúdos turísticos.

No entanto, há cuidados a ter que, para o presidente do Secretariado Regional da Madeira da Ordem dos Economistas, André Barreto, não devem passar em branco, nomeadamente, o facto de ser necessário deixar de existir o «massacre que se faz ao turista por parte dos vendedores de time sharing, os angariadores de rua, de restaurantes, de excursões, passeios a pé, lojas de artesanato, safaris, voltas de barco». Outro ponto que merece críticas é o facto de existirem «construções gigantescas de cimento no centro da zona turística e hoteleira».

Entre as alterações que devem ser feitas e os traços que devem acompanhar o desenho do que possa vir a ser o futuro da Madeira enquanto destino turístico está ainda o facto de existir um risco associado à constante ligação a Cristiano Ronaldo.

«O risco de Cristiano Ronaldo representar a Madeira está no que sucederá se surgir algum escândalo associado à pessoa (ultimamente não têm faltado escândalos com diversas personalidades) que prejudique o destino de forma imprevisível», explicou um dos especialistas presentes na Conferência.

Embora também exista quem defenda o contrário, como é o caso de Helder Pombinho, diretor criativo da Young&Rubicam: «Se a Madeira corresse risco por chamar Cristiano Ronaldo ao aeroporto, então as marcas que apostaram nele para representar os seus produtos não arriscavam».

 

Dados animam empresários

A oferta de novas unidades hoteleiras vai continuar a crescer. A associação do setor acredita que até ao final do ano vão surgir 40 novos hotéis e diz que este vai ser o melhor ano de sempre. Até 2019 iremos assistir a abertura de 70 novos espaços. Entre a lista das regiões onde serão feitas novas apostas está a Madeira: a maioria vai nascer em Lisboa. O Algarve, por exemplo, vai receber 18% da nova oferta e o Porto 14%, seguidos da região Centro, com 11%, e da Madeira, com 6%.