Ajuda: entregamos ao domicílio

O Banco do Bebé trabalha em três maternidades e acompanha famílias que precisam de ajuda, seja devido a um contexto clínico ou socioambiental, fazendo mais de 3.500 visitas de apoio domiciliário.

O Banco do Bebé – Associação de Ajuda ao Recém-Nascido – tem como missão garantir a dignidade no início de vida, desígnio que cumpre através de apoio domiciliário e da entrega de bens essenciais para bebés de famílias carenciadas.

A associação trabalha em conjunto com três hospitais da Grande Lisboa – a Maternidade Alfredo da Costa, o Hospital de Santa Maria e o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures –, que referenciam os bebés e as famílias que necessitam de apoio.

No apoio domiciliário, «são acompanhadas famílias de crianças prematuras ou em estado de grande vulnerabilidade», explicou ao SOL Assunção Infante da Câmara, presidente do Banco do Bebé. «Não se imagina a quantidade de bebés em risco que ainda não são atendidos em condições satisfatórias», acrescentou.

A responsável acredita que é no apoio domiciliário, assente na capacitação parental, que «as instituições de solidariedade social encontram mais dificuldades e onde o Banco do Bebé poderá ter um papel preponderante». Considera que esta é uma atividade «prioritária».

Este apoio é também o que comporta mais custos, daí que a associação tenha recorrido à plataforma de crowdfunding do Novo Banco para angariar financiamento para as despesas de deslocação da equipa técnica, composta por um fisioterapeuta, uma psicóloga e uma assistente social, que por sua vez coordenam e supervisionam uma equipa de voluntários.

Anualmente, realizam-se cerca de 3.500 visitas, cerca de 51.800 quilómetros, o que representa um custo anual de 2.500 euros só em combustível. Era este o valor que o Banco do Bebé pedia na sua campanha.

A verba foi integralmente atingida, graças aos donativos de 56 pessoas, que permitiram assegurar os encargos com combustível durante um ano. Mas os benefícios da angariação através do crowdfunding do Novo Banco foram muito além do dinheiro conseguido. «A plataforma permitiu a divulgação e o envolvimento de muitas pessoas que até então desconheciam o projeto Banco do Bebé», afirmou ao SOL Assunção Infante da Câmara.

O Banco do Bebé nasceu de uma experiência de voluntariado na Maternidade Alfredo da Costa em 1991. «As voluntárias aperceberam-se de que havia uma enorme necessidade de ajudar as famílias carenciadas», explicou a responsável.

Agora, são esses 25 anos de experiência que permitem aos voluntários e aos técnicos da associação dar uma resposta única às necessidades e cuidados a recém-nascidos e bebés até aos três anos, e consequente capacitação dos seus pais e cuidadores.

Além do apoio domiciliário, a associação presta ajuda nas enfermarias da Maternidade Alfredo da Costa. Apoia também com o fornecimento de produtos como leite, biberões, fraldas, alcofas, roupa, produtos de higiene e de farmácia, a bebés e crianças dos 0 aos 6 anos. As famílias sinalizadas, geralmente em situação socioeconómico desfavorável, podem também receber apoio psicossocial.

«Em 2016, apoiámos no domicílio 102 bebés em 89 famílias. Demos ainda bens a 1.123 famílias, através da entrega de 2.370 cabazes. Já no apoio psicossocial, acompanhámos 33 famílias referenciadas», contou ao SOL Assunção Infante da Câmara.

Atualmente, a associação tem «grandes dificuldades na compra das fraldas, alcofas, produtos de higiene e medicamentos». Saiba como ajudar em www.bancodobebe.org.