Lesados da PT/Oi querem recuperar até 100 milhões

Com a insolvência da Oi os produtos relacionados com dívida da PT sofreram perdas consideráveis, na ordem dos 80% do montante investido.

Os clientes lesados da PT/Oi aprovaram a estratégia do advogado Nuno da Silva Vieira para tentar recuperar investimentos perdidos, que começa por identificar os responsáveis pelas perdas, que estimam entre 50 e 100 milhões de euros.

O plano foi aprovado por unanimidade, com um quórum presente de cerca de 80 associados. A ALOPE conta atualmente com 170 associados, mas tem vindo a registar um grande número de adesões nos últimos dias, segundo o seu presidente.

Antes da conclusão desta primeira fase, reconhece o presidente da ALOPE, os lesados da PT não podem “avançar muito”. “Temos primeiro que identificar as pessoas que nos prejudicaram, quem esteve envolvido neste processo, para depois podermos confirmar com 100% de certeza o que iremos realmente fazer”, disse.

Entre estas, porém, há já responsáveis identificados, que são “os intermediários financeiros”, que a ALOPE irá “processar judicialmente, pedindo indemnização pelos danos causados”.

“Depois, existirão muitas mais entidades, e mesmo pessoas – seja políticos ou ex-administradores -, que também têm uma quota-parte das culpas em todo este processo”, completou Francisco Mateus.

No ano passado, com a insolvência da Oi (a maior operadora de telefone fixo do Brasil e quarta em rede móvel, que está agora em tentativa de recuperação), os produtos relacionados com dívida da PT sofreram perdas consideráveis, na ordem ou acima dos 80% do montante investido, pelo que houve clientes que já avançaram para tribunal contra os bancos que, enquanto intermediários financeiros, lhes venderam esses produtos. Em causa estão instituições como Banco Best, Barclays e Deutsche Bank.

Os clientes argumentam que houve irregularidades na venda dos produtos que podem fazer com que seja pedida a sua nulidade e que os bancos vendedores não lhes deram informação sobre a evolução da Portugal Telecom e as implicações que isso tinha para os seus investimentos.