O homicídio com 20 anos que continua a assombrar a Suécia

Um homicídio que ocorreu há 20 anos na Suécia está novamente a chamar a atenção do país.

Dois irmãos, de cinco e sete anos de idade, acreditavam ter sido os responsáveis pela morte de Kevin Hjalmarsson, uma criança de quatro anos, em 1998. Recentemente, a polícia sueca voltou a reabrir o caso por ter dúvidas acerca de como as crianças são tratadas no sistema legal do país.

A investigação do homicídio de Kevin foi das mais marcantes nos anos 90, pois foi a primeira vez que duas crianças foram acusadas de terem assassinado uma outra criança.

A 16 de agosto de 1998, o menino de quatro anos, foi encontrado perto da costa de um lago no norte da Suécia. Kevin tinha sido estrangulado e tinha contusões no corpo.

Dois irmãos acusados

Inicialmente o caso estava a ser anunciado como se se tratasse de um afogamento, mas a polícia mudou a ideia inicial, dizendo que talvez se tratasse de um caso de pedofilia. No entanto, mais tarde chegaram à conclusão de que Robin e Christian, os dois irmãos, teriam assassinado Kevin.

Em novembro de 1998, a polícia deu como concluída a investigação, afirmando que os dois irmãos eram os culpados do homicídio, acrescentando que as crianças tinham confessado o crime. As crianças não foram condenadas por terem menos de 15 anos, no entanto estiveram a cuidados institucionais durante algum tempo.

Caso reaberto

Este ano, o jornal sueco Dagens Nyheter e a televisão pública Sueca começaram a revelar sérias falhas na investigação do assassinato, tendo revelado que não existiam confissões documentadas ou evidências técnicas que confirmassem que os dois irmãos eram os culpados. Devido a estas novas provas, o procurador decidiu reabrir o caso.

A televisão decidiu falar com os irmãos, atualmente, e eles afirmaram não ter lembrança do incidente, achando que não foram eles os autores do crime.

O caso de Kevin mostra que existe uma necessidade de se repensar na forma de defender as crianças no sistema legal, partindo do princípio de que uma pessoa é inocente até que seja provado o contrário.