Lava Jato. Dois presos por suspeita de receberem subornos de 5,5 milhões de dólares pagos por empresa de português

Foram hoje presos o ex-gestor para a área internacional da Petrobras e um ex-banqueiro. As luvas terão sido pagas pela empresa do português Idalécio Oliveira, a Companie Beninoise des Hydrocarbures SARL, que em 2011 vendeu à Petrobras um campo de petróleo seco em Benin

O ex-gestor da Petrobras para a área internacional, Pedro Augusto Bastos, e um ex-banqueiro foram hoje presos no Rio de Janeiro por suspeitas de corrupção na compra de um campo seco de petróleo em Benin, em África, no âmbito do processo Lava Jato.

Os mandados de prisão preventiva e temporária do Ministério Público Federal foram libertados hoje depois da investigação ter levantado a suspeita que os dois detidos tenham recebido 5,5 milhões de dólares americanos (4,9 milhões de euros) em subornos.

Ou seja, os dois detidos receberam mais de metade do total dos 10 milhões de dólares pagos em subornos, a várias pessoas, que envolveram este negócio da Petrobras.

As verbas terão sido pagas pela empresa Companie Beninoise des Hydrocarbures SARL (CBH), que pertence ao empresário português Idalécio Oliveira e que em 2011 vendeu o campo à Petrobras.   

Recorde-se que em novembro de 2016 o SOL deu conta que o empresário português Idalécio Oliveira ­– também implicado no caso dos Papéis do Panamá – admitiu ao juiz Sérgio Moro admitiu ter pago ‘luvas’ que chegaram a 10 milhões de dólares, no negócio que envolveu a Petrobras.     

Agora, segundo a nota divulgada pelo MP Federal, há mais cinco suspeitos envolvidas que mantinham contas na Suíça e nos Estados Unidos. No total, terão recebido mais de sete milhões de dólares em pagamentos ilícitos, entre 2011 e 2014.

Em causa está a suspeita da prática de crimes de “corrupção, lavagem de dinheiro, e evasão de divisas”, diz o comunicado do ministério público brasileiro.

Os pagamentos dos subornos “foram intermediados pelo lobista João Augusto Rezende Henriques, operador do PMDB no esquema da Petrobras”. Recorde-se que João Henriques foi preso em 2015, também no âmbito da operação Lava Jato, e que num outro processo já foi condenado a uma pena de sete anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

O Ministério Público Federal está a investigar este caso desde agosto de 2015, em cooperação com as autoridades da Suíça.