Reino Unido. Trabalhistas encurtam distância nas sondagens

Partido liderado por Jeremy Corbyn está a apenas cinco pontos dos conservadores. Há semanas a distância era de mais de 20.

A duas semanas das eleições legislativas britânicas, a corrida entre conservadores e trabalhistas está mais apertada do que nunca e parece prestes a explodir nas mãos da primeira-ministra Theresa May, que, quando convocou as legislativas antecipadas para reforçar o seu mandato e negociar o Brexit à sua maneira, tinha uma vantagem de mais de 20 pontos percentuais sobre a oposição trabalhista.

Numa sondagem realizada pela YouGov e publicada na noite de quinta-feira no jornal "Times", a vantagem conservadora caiu para apenas cinco pontos. A confirmar-se a estimativa e a manterem-se assim as coisas até às eleições do dia 8 de junho – as sondagens britânicas, apesar de tudo, falharam redondamente as últimas eleições legislativas e erraram também o alvo no voto do Brexit –, a maioria conservadora no Parlamento pode cair dos atuais 17 deputados para apenas dois.

A sondagem segue-se a uma série de consultas que mostraram nos últimos dias a vantagem do partido de Theresa May cair para a ordem dos dez pontos. 

Terrorismo e liderança

Esta última sondagem foi realizada na quarta e quinta-feira, depois de May ter voltado atrás com uma reforma controversa do sistema nacional de saúde britânico e do atentado de segunda-feira em Manchester.

Os conservadores surgem com 43% das intenções de voto contra 38% dos trabalhistas, que subiram três pontos desde a última sondagem da YouGov. O partido liberal-democrata aparece em terceiro, com dez pontos, seguido da formação nacionalista UKIP, que tem 4%.

A campanha eleitoral regressou esta sexta-feira em força e sobre o tema de terrorismo, que, segundo a sondagem publicada no "Times", favorece Theresa May, cuja imagem junto do eleitorado como boa governante cresceu cerca de dez pontos desde o atentado em Manchester (45% dizem que ela seria a melhor líder de governo contra apenas 28% que dizem o mesmo de Corbyn).

O líder trabalhista disse esta sexta-feira que as ações do governo no Médio Oriente e outros países de maioria muçulmana, como na Líbia de Khadafi, têm aumentado a suscetibilidade a atos terroristas e a radicalização dos jovens. May respondeu desde o encontro dos G7, em Itália, dizendo que Corbyn está a "desculpar" o atentado de Manchester.