Funeral de Miguel Urbano Rodrigues amanhã no Porto

Escritor, jornalista e histórico do PCP, Miguel Urbano Rodrigues moreu este sábado á noite, em Moura, aos 91 anos. 

O escritor, jornalista, historiador, ensaísta, Miguel Urbano Rodrigues, irmão de Urbano Tavares Rodrigues e pai do cineasta Sérgio Tréfaut, morreu este sábado à noite em Moura, aos 91 anos.

Histórico do PCP, esteve exilado no Brasil durante o período do fascismo e só regressou a Portugal após o 25 de Abril.

Antes, de se mudar para o Brasil, teve uma longa experiência como jornalista tendo passado pelo Diário de Notícias (1949/56), chefe de redação do Diário Ilustrado (1956/57), editor principal de O Estado de S. Paulo (1957/74), editor internacional da revista brasileira Visão (1970/74), chefe de redacão do Avante! (1974/75). Foi o primeiro diretor de O Diário (1976/85).

Publicou em Portugal e no Brasil mais de uma dezena de livros, desde textos políticos a obras de ficção.

Natural de Moura, nascido a 02 de agosto de 1925, foi deputado à Assembleia da República pelo PCP entre 1990 e 1995 e deputado às Assembleias Parlamentares do Conselho da Europa e da União da Europa Ocidental.

O funeral realiza-se amanhã no Porto, pelas 16 horas, e hoje o corpo está em câmara ardente a partir no Centro Funerário da Lapa, na Invicta.

Um dos momentos marcantes da militância de Miguel Urbano Rodrigues foi estar ao lado do comandante Henrique Galvão, contra Oliveira Salazar, no assalto ao paquete Santa Maria, em 1961. E num frente a frente com o embaixador Franco Nogueira, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do ditador, cerca de duas décadas mais tarde, num programa semanal de debate, na RTP.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou hoje condolências à família de Miguel Urbano Rodrigues, lembrando que foi "um combatente" e "um lutador pelos seus ideais".

Também o ministro da Cultura, Luis Filipe Castro Mendes manifestou pesar à família recordando o lado “pensador português” de Miguel Urbano Rodrigues.