A uma tecl@ de distância

Os computadores ajudam à inclusão social e profissional e, sabendo isso, a Orientar empenha-se em dar ferramentas imprescindíveis para uma entrada com sucesso no mercado de trabalho.

Consegue imaginar um mundo sem computadores? A Orientar também não. Esta associação vê a infoinclusão e a literacia digital como forma de «atenuar desvantagens sociais», ao mesmo tempo que fomentam a participação ativa na sociedade, explicou a coordenadora de projetos da Orientar, Lurdes Macedo. Criada em Lisboa, em 2011, esta associação exerce a sua atividade nas áreas da pobreza e exclusão social, inclusão socioprofissional e formação profissional.

A responsável sublinhou ao SOL que a abordagem da Orientar – Associação de Intervenção para a Mudança é não assistencialista, promovendo a integração dos seus utentes através «do empowerment e da valorização do potencial de cada pessoa, visando a sua autonomia».

A autonomia passa pela capacidade de ter presença no mercado de trabalho. Aos utentes da associação faltam, muitas vezes, ferramentas que hoje são consideradas imprescindíveis, como conhecimentos de informática e da internet.

É necessário que as pessoas saibam fazer coisas que «para muitos são básicas e para outros são autênticas conquistas». Criar e aprender a utilizar uma conta de email, elaborar um currículo em formato digital, saber pesquisar ofertas de emprego em diferentes sites. Estes são apenas alguns dos conteúdos que a Orientar está apostada em passar às pessoas que acompanha.

Apesar do empenho, havia constrangimentos como a falta de material informático atualizado. Os computadores na associação eram apenas dois, obsoletos e em mau estado. Daí que em 2013 a Orientar tenha lançado uma campanha de angariação de fundos com o apoio da plataforma de Crowdfunding do Novo Banco.

Em pouco tempo a associação conseguiu juntar 2.560 euros que serviram para adquirir computadores, permitindo que começassem a ser «dinamizadas aulas de informática, assim como a utilização diária pelas pessoas acompanhadas para tarefas como a procura de emprego, o acesso a emails pessoais ou a pesquisa de informações diversas», referiu Lurdes Macedo.

A infoinclusão é uma parte importante, mas não é única. Lurdes Macedo explicou ao SOL que, atualmente, a associação «promove três respostas sociais, assim como um negócio social, os quais funcionam em complementaridade por forma a alcançar resultados mais representativos e sustentáveis».

As aulas de informática inserem-se no projeto Orientar, que tem capacidade para apoiar diariamente, e em simultâneo, 30 pessoas. Os serviços passam por «prestação contínua de alimentação, disponibilização de balneários com duches, acompanhamento psicossocial e em questões de saúde», entre outros.

O Gabinete de Inserção Profissional é outra valência da Orientar e consiste num «serviço aberto à comunidade», que facilita a inserção profissional «através da orientação e busca ativa de ofertas que se adequem às competências dos candidatos», afirmou também a coordenadora.

A associação oferece ainda uma residência de transição com condições dignas de habitabilidade a oito pessoas, cujo funcionamento é assegurado pelos próprios residentes, no espírito de «um verdadeiro núcleo familiar». Por último, a Orientar gere ainda a loja social Vintage (de Coração), situada em Campo de Ourique, em Lisboa, onde vende artigos doados, depois de restaurados no atelier do Projeto Orientar. Segundo Lurdes Macedo, «as receitas geradas revertem para a sustentabilidade da atividade, ajudando a suportar os respetivos custos de funcionamento». Saiba como ajudar em www.orientar.pt.