À procura de novos negócios e desafios

Maior concurso de empreendedorismo de Portugal e o segundo maior a nível mundial premeia ideias e projetos que passam por vários setores e áreas económicas e sociais.   

Um projeto de disponibilização de óculos à população carenciada, um outro de facilitação e personalização de estacionamento e um para solicitação de um veterinário ao domicílio são alguns dos sete vencedores de da 7.ª edição do Concurso  Montepio Acredita Portugal.

Este concurso de empreendedorismo, o maior a nível português  e o segundo maior do mundo, recebeu 12938 candidaturas. A maioria foram projetos da Indústria de Alta Tecnologia (1410 ), seguidos do Comércio e Retalho (1368), Restauração (1289), Turismo (867) e Saúde (732).  

De acordo com a organização do concurso, a maioria dos projetos  foi submetido por adultos com uma média de idades de 36 anos e em quase  igualdade de género (51% homens e 49% mulheres).  

Um quarto dos concorrentes   não tem formação académica superior, 44% são licenciados e 31% têm um mestrado ou doutoramento. 24% estão sem emprego e  e a maioria (71%) estreou-se na participação em concursos relacionados com empreendedorismo. Apenas 14% dos candidatos já tinham  participado em edições anteriores do Concurso Montepio Acredita Portugal.  

A «oportunidade da ideia» (63%), «fazer o que gosta» (61%), e «deixar uma marca no mundo» (46%) foram as principais motivações identificadas pelos candidatos deste ano para «ser empreendedor». 

São vários os patrocinadores do concurso, sendo o principal a Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), que garante a incubação dos três projetos finalistas da categoria de empreendedorismo social.  «A Caixa Económica Montepio Geral é o Banco da Economia Social, e pretende afirmar-se também como Banco do Empreendedorismo e da Inovação Social, pois estes são pilares estratégicos na nossa atividade. Acreditamos que com a parceria com a Acredita Portugal estamos a contribuir para a criação de valor na nossa sociedade, pelo que a decisão de patrocinar o concurso, nos pareceu natural», diz ao SOL  João Lopes Raimundo.

Estimular a economia

Para além disso, revela o administrador da CEMG, o patrocínio permite «chegar todos os anos a milhares de empreendedores e projetos inovadores e apoiar a sua concretização, estimulando o crescimento da economia nacional».

Patrocinadora do concurso desde 2015, a Brisa apoia a Acredita Portugal através do Prémio Brisa Mobilidade – este ano é o apoio na fase de entrada no mercado –  «porque considera esta iniciativa uma genuína proposta de valor, na dupla perspetiva da promoção do empreendedorismo e da geração de novos produtos e serviços». Fonte oficial da empresa diz ao SOL que a Brisa «valoriza o empreendedorismo, por um lado, como uma alavanca fundamental do crescimento e desenvolvimento da economia, e por outro lado vê também o empreendedorismo como uma fonte importante de inovação e regeneração dos negócios no seu setor». 

Setor em destaque neste evento tem sido desde sempre a tecnologia, que para além de  ter o maior número de projetos a concurso tem um prémio – K.Tech, um programa de uma bolsa de horas para a implementar as melhores práticas a nível de Project Management – atribuído pela KCS iT.

A empresa portuguesa de serviços de consultoria, outsourcing e formação revela que «os projetos selecionados possuem, todos eles, uma interessante conjugação de tecnologia e inovação» o que prova  «a validade de iniciativas como esta, enquanto plataformas de visibilidade e validação de projetos». 

Uma ideia de negócio

Ao SOL, a organização revela que mais de metade dos candidatos admite que apenas tinha «uma ideia» para um negócio e 14% um plano de negócios desenvolvido, 18% tinham já o protótipo quando decidiram participar no Concurso Montepio Acredita Portugal. A maioria dos candidatos (72%) dos candidatos afirma ter aprendido «bastante» durante o concurso. 

De acordo com o inquérito aos candidatos, a obtenção de financiamento (77%), a burocracia (40%), a pouca disponibilidade horária para a implementação do negócio (30%), a indisponibilidade para conseguir instalações adequadas (26%) e para encontrar uma equipa (23%) foram as principais dificuldades identificadas pelos candidatos para a criação e desenvolvimento de um projeto.

Prémios 

Dos projetos apresentados a concurso, foram 21 os finalistas encontrados para edição deste ano, que distribui mais de 500 mil euros em prémios. Estes vão desde  a impressão gratuita de cartões de visita, oferta de software de faturação ou contabilidade gratuita e até apoio jurídico.  

Os sete vencedores – Graphenest (Categoria Materiais/Indústria); K-NINE Healthy Chews (Produtos); Blood Reprogramming Technologies ( Saúde); SMARTFOREST (Serviços); WePark (Prémio Brisa Mobilidade) FoundVet (Prémio K.Tech) e OPTIBEST (Empreendedorismo Social) – terão ainda a implementação do «GO360º>PR4Startups», um modelo de suporte à implementação no mercado desenvolvido pela Say U Consulting.

Segundo João Lopes Raimundo, o «empreendedorismo é um motor de desenvolvimento e inovação para o país» e a CEMG «orgulha-se de fazer parte desse ecossistema».  Já a KCS iT saliente que o «empreendedorismo é um exercício diário de evolução e inovação».