Álvaro Covões: “É inédito um festival esgotar três dias em Portugal”

Os bilhetes para o NOS Alive esgotaram com dois meses de antecedência

Os bilhetes para o NOS Alive esgotaram com dois meses de antecedência. Pode concluir-se que o festival já é maior do que o cartaz? 

Não necessariamente. Acreditamos que as pessoas vêm porque gostam do festival mas também por causa do cartaz. É um conjunto dos dois fatores. Este ano, os festivais europeus anunciaram muito cedo os cartazes. Não fomos só nós. E no ano passado, esgotámos os três dias. Dois previamente. E um terceiro no próprio dia. Isso também fez com que as pessoas se antecipassem a comprar. Os latinos costumam deixar para a última. Pensam muito com o coração. Neste caso, o histórico funcionou a nosso favor. Agora, sentimos que há uma fidelidade, sim, e as pessoas se sentem bem quando vêm cá. É inédito um festival esgotar três dias em Portugal. As pessoas retraem-se mais nos festivais. Um concerto esgotar é normal, agora um festival não.

Este ano há vários nomes repetidos de edições anteriores…

Porque têm álbuns novos e estão na estrada. É esse o nosso critério. É quem tem trabalhos novos e se enquadra no espírito do festival. As bandas vêm apresentar novos espetáculos. Se calhar, uma Shakira não faria sentido. Nós fazemos parte de um circuito de grandes festivais escolhido por algumas bandas. 

Há muitos ingleses a vir ao NOS Alive. Da vossa parte, há um cuidado especial em apostar em bandas inglesas? 
A pop é dominada pelos anglo-saxónicos. A grande predominância é de bandas inglesas e americanas. Só na electrónica é que os franceses conseguem ter a mesma influência. E mesmo assim, usam nomes ingleses. Se pensarmos em bandas alemãs ou belgas, lembramo-nos de quatro ou cinco. Não mais. É natural que a maioria do cartaz seja formado por ingleses e americanos.

O primeiro dia (com The Weeknd) é diferente de todos os outros que já houve no Alive?

Não creio. As outras bandas já vieram quase todas…Os xx, os Phoenix, os Alt-J, os Rhye…Às vezes nas redes sociais acusam-nos de não sermos mais rockeiros. Nós não somos um festival de rock. Temos rock, indie, eletrónica…os géneros misturam-se. 

Este ano, estão previstos 21 mil estrangeiros. São muitos mas menos que no ano passado.

Sim, porque os bilhetes esgotaram com dois meses de antecedência. Não há outra razão. As pessoas viram que no ano passado, os bilhetes acabaram e compraram mais cedo. No Natal, já tínhamos parte do cartaz anunciado. E um bilhete para o Alive é um bom presente de Natal.

Quais são as novidades para este ano?

Temos um “acãopamento” para quem quiser deixar os animais de estimação – fizemos uma parceria com um centro de recolha de cães. Alargámos a zona destinada a grávidas. E este ano há uma experiência piloto na parceria com o Mad Cool Festival, que disponibiliza cem bilhetes para assistir aos dois concertos dos Foo Fighters em Espanha, e depois no NOS Alive. É curioso porque duas semanas depois, a Live Nation lançou um bilhete para 70 festivais.