«A sociedade está um nojo», diz fundador do PS, António Reis

Sem nunca se referir a nomes ou casos específicos António Reis, fundador do PS, disse que «para bom entendedor meia palavra basta».

«A sociedade está um nojo», diz fundador do PS, António Reis

«A sociedade está um nojo» e o país «está mergulhado num lamaçal». É assim que o fundador do Partido Socialista e ex-grão mestre da maçonaria, António Reis, classifica o atual panorama de Portugal. 

Durante a apresentação do livro O Juiz, biografia de Carlos Alexandre, António Reis teceu duras críticas aos nomes envolvidos nos processos de Justiça. 

Recorde-se que José Sócrates, ex-líder do PS, é um dos principais nomes do processo de Justiça mais mediático da atualidade.

Sem nunca se referir a nomes em específico, ao SOL, António Reis deu apenas o recado: «Para bom entendedor, meia palavra basta». 

Mas, ressalvando, o professor universitário disse que as suas declarações diziam respeito «à corrupção» e a todos os processos mas lembrando, em específico, o caso dos Vistos Gold para recordar as palavras de Carlos Alexandre que o descreveu como «lamaçal». 

Durante a apresentação do livro, da autoria das duas jornalistas, Inês David Bastos, da Lusa, e de Raquel Lito, da Sábado, António Reis referiu ainda o caso Portucale, que envolve maçons, como é o caso de Abel Pinheiro. 

O socialista aproveitou também para dizer ao SOL que «não foi surpreendido» por nenhum dos nomes envolvidos nos processos que têm vindo a público, porque «há muito tempo que se falava» em alguns indícios. 

Sobre o juiz Carlos Alexandre e seu amigo de juventude, António Reis teceu alguns elogios, considerando que o Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) «está muito bem entregue». 

O socialista conhece Carlos Alexandre desde os 20 anos e partilhou com o juiz boleia de Lisboa a Mação, numa Dyane, para que participassem nas reuniões da assembleia municipal de Mação, entre 1982 e 1984, conta o livro. 

 Para descrever o seu amigo, António Reis, leu uma das dedicatórias que os colegas de Carlos Alexandre escreveram no seu livro de final de curso onde constam palavras como «audaz e teimoso», «corajoso», «perseverante e objetivo», «sincero e prestativo». «Este é o Carlos Alexandre que conheço desde os 22 anos», rematou. 

Em jeito de aviso, António Reis sugeriu, desde já, uma segunda biografia do juiz prevendo que os casos «não fiquem por aqui». 

Assitiram também à apresentação do livro o ex-presidente do sindicato dos investigadores da Polícia Judiciária, Carlos Anjos, o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais Fernando Jorge, e o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrelas.