Alcançar o crescimento sustentável com base no desenvolvimento interno

Especialista norte-americano defende adoção por parte de Portugal de um modelo assente na exploração de tecnologias e energias renováveis

A economia portuguesa e os problemas que a afetam estão em discussão permanente. São várias as propostas de modelo de desenvolvimento económico para o país e uma delas será apresentada hoje em Lisboa. 

Um especialista norte-americano em desenvolvimento sustentável estará hoje no American Club de Lisboa para expor a sua ideia para um modelo de crescimento interno e sustentável para Portugal.

“Estamos aqui para colaborar com as pessoas de Portugal para ajudar a modelar um futuro económico que seja sustentável e inclusivo, no qual seja construído um crescimento sustentável e ritmado que permita melhores opções para lidar com os problemas da dívida e da sustentabilidade da segurança social”, resume ao i Robert Young Jr, professor desenvolvimento económico sustentável na Universidade do Texas. 

“Com base na nossa especialização colectiva, pensamos as oportunidades na energia renovável, alimentação, redução de desperdício e outras áreas em que os aspetos de sustentabilidade estão a fazer as mudanças”, revela Robert Young Jr., para quem Portugal, sendo “rico em energias renováveis, beneficiaria grandemente se mudasse completamente o seu sistema energético”.

De acordo com o modelo, os sete pontos fundamentais onde assenta o investimento são: o oceano, o sol, o vento, os rios (a água), a agricultura, os transportes e a educação. 

Nova construção “A construção de uma nova economia vai permitir aos mais novos a oportunidade de se afirmarem e serem formados em setores de inovação e emergentes e em tecnologias de produção de energia renovável, reciclagem e fabrico sem desperdício, transportes sem emissões poluentes, produção alimentação local e serviços de saúde”, explica o professor norte-americano. 

A base é um outro modelo já implementado no estado norte-americano do Oregon, e o académico defende que Portugal tem todo o potencial para importar este modelo que assenta num programa integrado entre todos os recursos naturais.
“A construção de uma nova economia vai permitir aos mais novos a oportunidade de se afirmarem e serem formados em setores de inovação e emergentes e em tecnologias de produção de energia renovável, reciclagem e fabrico sem desperdício, transportes sem emissões poluentes, produção alimentação local e serviços de saúde”, diz o responsável.  
O plano que Young debaterá no American Club, sob o mote “Como Portugal pode mudar o mundo… outra vez’”  foi apresentado ao Presidente da República e ao primeiro-ministro no final de 2016. O documento foi então remetido pelo gabinete do António Costa para o gabinete do ministro do Ambiente, Matos Fernandes.

“Para alcançar este futuro consideramos que precisamos de trabalhar com decisores políticos sobre as mudanças sociais para permitir que estas estratégias avancem”, diz ao i Robert Young Jr. Assim, há “aspetos de escala  política e de capital contribuem para estes objetivos e permitem que as pessoas retirem mais destes benefícios” acrescenta.

O responsável considera que com este modelo “Portugal poderá ajudar não só a elevar o seu próprio nível de prosperidade, mas a fazer com que a União Europeia, com todas as suas melhores aspirações, se torne numa expressão próspera de liderança global”. 

Para o académico, as estratégias de “desenvolvimento  interno” são as mais eficazes para lidar com os atuais constrangimentos.