Rússia matou califa do Daesh?

O Ministério da Defesa Russo anunciou que pode ter morto o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Bagdadi, juntamente com dezenas dos seus comandantes.

Rússia matou califa do Daesh?

O líder do Estado Islâmico terá sido morto, juntamente com dezenas de comandantes dessa organização, num ataque realizado a 28 de maio na parte sul da cidade de Raqqa, onde se localizariam as instalações de comando do Daesh. O ataque foi posto em prática por caças-bombardeiros Su-34 e SU-35. «Segundo a informação que está a ser confirmada e verificada, por vários canais e fontes de informação, na reunião [que decorria no local do bombardeamento] estava presente o líder do Daesh, Abu Bakr al-Bagdadi, que teria sido morto em consequência do ataque», afirma um comunicado do Ministério da Defesa russo, datado de sexta-feira.

O ataque russo ter-se-ia produzido entre as 00h34 e as 00h48 do dia 28 de maio, depois de os russos terem recebido a informação de que se reuniam os comandantes do Daesh para discutirem as rotas de fuga, a partir do chamado «corredor sul» dos combatentes do Estado Islâmico ao cerco das tropas curdas e milícias sírias, apoiadas pelos EUA. Essa informação teria sido confirmada pelos drones, sendo dada a luz verde para a ação.

Nesta operação, além do autoproclamado califa, terão sido liquidados outros elementos destacados da liderança do grupo, como o chefe dos serviços de segurança do Daesh, Abú al-Hadji, e o emir de Raqqa, Suleiman al Shauakh, e ainda um comandante militar dos arredores da cidade, o emir Ibrahim al-Naef la Had.

Desconhece-se o número exato de vítimas deste ataque ao quartel-general do Estado Islâmico, mas fontes do exército russo indicam que poderiam ter sido liquidados 30 comandantes do grupo e cerca de 300 combatentes, que formavam parte das unidades que escoltavam os líderes do Daesh.

O ataque terá sido previamente comunicado pela Rússia aos EUA, cumprindo a norma que as diferentes forças envolvidas no combate ao Estado Islâmico devem compartilhar informação para evitar incidentes que possam pôr em perigo os respetivos militares.

O porta-voz da coligação de combatentes em Raqqa liderada pelos EUA, coronel John Dorry, disse à Reuters que de momento, não conseguia confirmar a morte do líder do Daesh, e os comandantes das milícias curdas YPG (

Unidades de Proteção do Povo) afirmaram também não terem informações que permitam confirmar a liquidação da direção do Estado Islâmico.

Recorde-se que não é a primeira vez que o autoproclamado califa do Estado Islâmico, Ibrahim al-Samarrai, aliás Abu Bakr al-Bagdadi, é dado como liquidado durante os últimos anos de guerra. Bagdadi deu-se a conhecer publicamente em julho de 2014, quando anunciou, na cidade de Mossul, o califado.