A Common Disaster

Esses incêndios são de facto, como diz a canção, um desastre em comum, e comum, que se repete todos os verões (apesar de ainda estarmos na primavera).

É um desastre para os mortos, para os feridos, para os animais mortos ou feridos, para os bens materiais perdidos, para a floresta, fonte de oxigênio e de riqueza, ardida, e para todos os que observam com pesar e aflição este dantesco espetáculo.

Segundo o “Público” de hoje, 20 de junho, o relatório bienal que tem o pomposo nome de “Plano Nacional da Defesa da Floresta Contra Incêndios”, relativo aos anos de 2011 e 2012, ainda nem sequer foi divulgado. É apenas “possível” que seja publicado hoje, com quatro anos de atraso. Quanto aos planos dos anos subsequentes (2013/4 e 2015/6), ainda nem começaram a ser elaborados, encontrando-se, muito atrasadamente, em fase de contratação.

A incúria grassa. E o que é pior é que para combater eficazmente desastres como o que se desenrola neste momento vão ser precisas medidas muito duras e determinadas, como desbastar as árvores que se encontrem a menos de dez metros de estradas e de postes de eletricidade. Vai ser muito dispendioso, e vai afetar os interesses de muita gente. Mas não há outra maneira, a não ser que queiramos que, com a ajuda do aquecimento global, cada ano a área de floresta ardida seja superior à do ano anterior. Neste caso, vai ser mesmo preciso mão de ferro. Para evitar o nosso desastre comum.